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Ribeiro e Castro recandidata-se à liderança do CDS por "obrigação"

17 set, 2014

Deputado centrista acusa o partido de debater pouco e de se assistir a sucessivos actos consumados, sem discussão.

O ex-líder do CDS-PP José Ribeiro e Castro anunciou a sua candidatura à liderança da bancada parlamentar centrista, que decorre na quinta-feira, e à qual se recandidata Nuno Magalhães.

Quando questionado se esta recandidatura não seria um "acto à Dom Quixote", respondeu tratar-se de uma "obrigação" usar os instrumentos que tem à disposição para "sinalizar" as suas ideias. "Cada um assume a sua responsabilidade. Eu assumo a minha e faço o máximo que posso fazer, que é dispor-me a servir no grupo parlamentar numa outra linha", afirmou. 

O deputado centrista acusa o partido de debater pouco e de se assistir a sucessivos actos consumados, sem discussão. O que está em causa é uma mudança na "metodologia de funcionamento" do grupo parlamentar, da qual discorda e sobre a qual não responsabiliza Nuno Magalhães, atribuindo-a a todo o funcionamento "dos órgãos do partido", que decorre "de cima para baixo e não de baixo para cima".

"É um vício do sistema político, que se projecta aliás noutros partidos também. Isso repercute-se nesta 'consumadocracia' e é isso que faz com que o Estado seja mais facilmente capturado por interesses", sustentou.

Ribeiro e Castro enunciou "três linhas de preocupações fundamentais" que justificam a sua candidatura: com o "funcionamento do sistema político"; o desejo de ver o "CDS mais empenhado na reforma do tipo de trabalho do parlamento"; e as "prioridades do trabalho político da última sessão legislativa".

No âmbito deste trabalho político final, Ribeiro e Castro considera que a reforma eleitoral deve ser prioritária, assim como "um impulso grande ao dossiê da reforma do Estado, que está esquecido".

Nas mudanças que preconiza para o funcionamento do Parlamento destacam-se o prolongamento das discussões em plenário, em debates "com mais tempo", para permitir maior diálogo com a sociedade e que a assembleia não seja tanto "um teatrinho como as pessoas sentem que é, com mais representação teatral do que política".

Em Outubro do ano passado Ribeiro e Castro também se candidatou à liderança do grupo parlamentar do CDS e teve apenas um voto.