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Costa ataca Seguro com o salário mínimo

01 set, 2014

Candidato às primárias do PS quer que o partido "reponha verdade da história" sobre aumento do salário mínimo.

Costa ataca Seguro com o salário mínimo

António Costa defende a "reposição da verdade da história" sobre o aumento do salário mínimo nacional. O candidato à liderança do PS lamenta que o partido tenha querido "fingir que não fazia parte dessa história". 
 
"Nos últimos dias o Governo tem querido passar a ideia de que vai aumentar o salário mínimo nacional. É preciso repor a verdade da história e a verdade da história não está reposta porque o PS quis fingir que não fazia parte dessa história. Ora o PS faz parte e tem bons motivos para se orgulhar da sua componente nesta história", afirmou António Costa.
 
O candidato à liderança do PS falava este domingo, em Coruche, no final de uma iniciativa que aliou a sua campanha às eleições primárias de 28 de Setembro à da candidata à presidência da federação distrital de Santarém do PS Maria do Céu Albuquerque, que defrontará, a 5 e 6 de Setembro, o actual presidente federativo, António Gameiro, que é apoiante de António José Seguro.
 
Frisando que o anúncio feito agora pelo Governo, de aumento do salário mínimo dos actuais 485 para 500 euros, corresponde a um compromisso, assumido em 2006 pelo então executivo socialista que deveria estar em vigor desde 2011, António Costa considerou este aumento "fundamental" para travar a austeridade e diminuir as desigualdades.
 
"O que o Governo vai fazer não é nada de novo. É parte do que já devia estar feito e devia ter sido concluído nos termos do acordo que o PS assinou na concertação social. O PS, como se envergonha daquilo que fez, é incapaz de assumir também como bom aquilo que fez", disse, frisando que o partido tem que "assumir toda a sua história".
 
António Costa prosseguiu na crítica à actual liderança socialista, acusando-a de, no processo da reforma administrativa que levou à extinção de freguesias, se ter demitido "de fazer aquilo que lhe competia ter feito" e puxou "dos galões" do que foi feito por si na Câmara de Lisboa.
 
"Quem quer fazer bem tem que tomar a iniciativa. Não pode ficar à espera que os outros façam mal para depois se limitar a criticar aquilo que os outros fizeram", disse, sublinhando que o PS "não é um partido do protesto".
 
"A mais-valia que o PS oferece à sociedade portuguesa é que é um partido da esquerda que quer, sabe e consegue governar, por isso tem que ser um partido que não se limita a protestar mas que tem capacidade de propor e de concretizar no Governo", disse.
 
Acompanhado pelos presidentes das câmaras municipais de Abrantes, Alcanena, Chamusca, Coruche, Vila Nova da Barquinha (distrito de Santarém), mas também de Castelo Branco e Vila Franca de Xira (vice-presidente), António Costa fez este domingo um passeio turístico no Tejo, entre Valada, no Cartaxo, e Escaroupim, em Salvaterra de Magos.
 
Nessa viagem, ouviu as propostas dos autarcas para o "eixo estruturante" que o Tejo representa para toda uma região que vai da fronteira com Espanha até Cascais, lamentando que não exista uma visão de âmbito regional e uma melhor organização do país.

No seu discurso, António Costa defendeu que a "democratização" das comissões de coordenação e desenvolvimento regional deve servir de ponto de partida para que a regionalização do país seja uma realidade.