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Carlos Moedas. O que disse o "senhor troika" sobre a "troika"

01 ago, 2014

A alcunha é nova, tem autoria do Bloco de Esquerda, mas remete para um papel que durou três anos. O futuro comissário europeu foi responsável no Governo pelas relações com a "troika".

Carlos Moedas. O que disse o "senhor troika" sobre a "troika"
O novo comissário português em Bruxelas ganhou visibilidade ao integrar a equipa de Eduardo Catroga, nomeada pelo PSD, para negociar o Orçamento do Estado de 2011 e o programa de ajustamento económico e financeiro.

No trabalho do comité constituído pela Comissão Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional, Carlos Moedas viu sempre um lado positivo:

"Hoje, em plena crise do euro, tendemos a focar a nossa atenção apenas naquilo que está a correr mal.” (2012)

"As pessoas só acabam com os maus hábitos quando enfrentam choques.” (2013)

"A economia portuguesa está a conseguir ajustar-se de uma forma mais rápida do que o esperado.” (2012)

"A posição do Governo em relação aos cortes nos subsídios de férias e de Natal não mudou. Estes cortes não podem ser permanentes e estarão em vigor durante o período de vigência do Programa de Apoio Económico-Financeiro.” (2012)

"2013 será menos difícil do que 2012.” (2012)

"Sei que para algumas empresas, incumbente, bem instaladas e com domínio de mercado, esta medida [redução da TSU] pode representar uma ameaça, uma vez que poderá dar mais força às empresas ágeis e dinâmicas.” (2012)

"O Estado cresceu de forma desmesurada, atingindo níveis de custo e emprego desadequados à capacidade da nossa economia, e ainda por cima com níveis de eficácia longe do desejável.” (2012)

"Portugal tem um caminho claro, que é um caminho de consolidar as contas públicas e um caminho de crescimento.” (2013)

"É muito cedo para podermos fazer grandes avaliações sobre o que será o futuro, porque a vida, sobretudo em economia, ela tem um tempo para acontecer e tem um tempo, depois, para ser avaliada.” (2013)

"Portugal foi um exemplo de crescimento e, por isso, eu não compro, não admito a ideia de que Portugal não vai voltar a crescer, claro que vai voltar a crescer.” (2013)

“As dívidas têm que ser todas pagas, os países têm que pagar as dívidas e é importantíssimo que isso fique claro, que o esforço que os portugueses estão a fazer é para termos essa credibilidade.” (2013)

"O Orçamento do Estado para 2014 representa um claro compromisso com a Europa e zona euro.” (2013)

"Quando falamos em formas de apoio, falamos em formas de ter um seguro e um seguro é muito diferente de um empréstimo. Um seguro é a garantia de que, se eu tiver necessidade de ajuda, vou ter capacidade de ter um apoio para esse acesso pleno aos mercados." (2013)

"Vítor Gaspar é um homem a quem o país deve muito.” (2013)

"Estamos muitas vezes em desacordo com a 'troika'. Faço saber e luto por isso, mas não ando a gritar publicamente.” (2013)

"Cumprimos mais de 400 medidas de reforma contidas no memorando de entendimento, que assinámos com a União Europeia e com o Fundo Monetário Internacional. É mais ou menos o Governo ter a capacidade de adoptar uma média de três medidas por semana.” (2014)

"Foram anos intensos de reforma, embora haja muito trabalho pela frente. A solução é simples, reformar, reformar, reformar, mas o mais difícil é executar.” (2014)

"O fim do programa não significa o fim do ímpeto reformista.” (2014)

"Acho [que o manifesto assinado por 74 personalidades portuguesas a defender a reestruturação da dívida] se reduz a uma palavra: é triste.” (2014)