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PS entre os "apetites" de Costa e o peso das "provas dadas"

19 jul, 2014

Mais um dia de campanha para as eleições primárias. Seguro acusou Costa de romper as regras do PS e Costa acusou Seguro de não ser "alternativa" ao Governo.

PS entre os "apetites" de Costa e o peso das "provas dadas"

O candidato à liderança do PS António José Seguro disse este sábado, em Fafe, que o partido não está "à mercê de apetites ou ambições individuais”.

Seguro, que discursava perante cerca de duas centenas de militantes e simpatizantes, afirmou que a crise no interior do PS só existe porque ele próprio poderia "ganhar as eleições legislativas".

"Agora já era apetecível a candidatura à liderança do PS", exclamou, muito aplaudido pelos presentes, entre o quais o presidente da Federação de Braga, Fernando Moniz.

Seguro recordou que "o PS tem regras" e perguntou qual a mensagem que o partido dá ao país quando alguns militantes, como António Costa, candidato à liderança socialista nas eleições primárias de 28 de Setembro, "rompem as regras e não respeitam os compromissos assumidos".

"Construímos um contrato de confiança com cinco prioridades e 80 compromissos. E deita-se tudo fora de um momento para o outro? Este não é o momento em que devíamos estar exclusivamente concentrados na oposição ao Governo e a trazer mais portugueses para o projecto do PS e explicar que há um outro caminho para o país?", questionou.

O socialista reclamou a necessidade de o PS "afirmar, de uma vez por todas, que tem de haver uma separação completa e nítida entre negócios e política, entre a vida pública e os interesses privados", mas considerou “normal” o partido estar a descer nas sondagens.

“O PS, durante três anos, esteve sempre a subir nas sondagens. Agora caiu nas sondagens. É normal, porque as pessoas olham para nós e dizem: 'Eles devem estar loucos. Então ganham as eleições e metem-se numa guerra interna?'", exclamou.

"Agregar maioria" contra o Governo
Em Moscavide, António Costa, o outro candidato à liderança do PS, afirmou que "quem é militante não se resguarda", defendendo políticos de "provas dadas" para devolver a confiança aos cidadãos e um "estatuto da cidadania lusófona".

“Aquilo que os portugueses nos pedem é que sejamos capazes de agregar uma maioria” que está “contra o actual Governo”, disse o presidente da Câmara de Lisboa. Uma maioria que “ainda não encontrou e tem de encontrar no PS” a alternativa à governação de Passos e Portas.

"Quem é militante há muitos anos sabe sê-lo nas boas horas, más horas, bons momentos ou maus momentos. Quem é mesmo militante não se resguarda nem aguarda a sua hora, está sempre disponível para os combates", afirmou Costa, que participou no 40.º aniversário da secção de Moscavide do PS.

Para Costa, as pessoas não têm confiança nos políticos porque, “muitas vezes, aquilo que prometem não pode ser atestado, garantido, pelo exemplo daquilo que fizeram no passado. É por isso muito importante que quem se disponibiliza para exercer cargos políticos possa ter a experiência e as provas dadas no exercício das funções que exerceu”.

Costa defendeu que é necessário instituir um "estatuto da cidadania lusófona" para estreitar as relações com os países de expressão portuguesa, sem descurar a vocação europeísta, frisando que a Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) "só deve ter nações que adoptem a língua".