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Seguro promete reabrir tribunais e acusa Governo de ser "aspirador" do interior

15 jul, 2014

Líder socialista prometeu reabrir os tribunais que fecham portas com o novo mapa judiciário.

O secretário-geral do Partido Socialista (PS) prometeu esta terça-feira reabrir os tribunais encerrados pelo Governo no âmbito do novo mapa judiciário, acusando o executivo de ser "uma espécie de aspirador" que "está a esvaziar" o interior do país.
 
"Sou contra o encerramento dos tribunais. Não sou contra a necessidade de racionalizar os serviços públicos e poupar onde se deve poupar. Mas estamos a falar de pouquíssimo dinheiro. Com um governo do PS voltaremos a reabrir os tribunais porque é uma questão de justiça", disse António José Seguro, no final de um debate no parlamento promovido pela Associação Nacional dos Autarcas Socialistas.
 
Para Seguro, o Governo "está a dar um sinal errado" ao interior do país com o encerramento dos tribunais. "Está a dizer-se às pessoas que o Estado está a desistir delas", frisou.
 
"Precisamos de coesão no nosso país porque há muitas desigualdades. Mas também precisamos de coesão territorial. E o que está a acontecer neste momento é que este governo está a esvaziar, é uma espécie de aspirador que está a aspirar zonas do interior do país, zonas mais despovoadas. E isso está a enviar uma mensagem a esses portugueses de que eles não contam, que ficam entregues à sua sorte. E isso não tem o mínimo sentido", sustentou.
 
Confrontado com declarações de António Costa - que esta terça-feira, numa sessão de apoio à sua candidatura nas eleições primárias socialistas, defendeu a importância de as promessas dos políticos se sustentarem não apenas em promessas, mas no que "fizeram no passado" - Seguro afirmou: "Aquilo que posso dizer é que tenho sido fiel a um princípio que estabeleci para a minha conduta política, o de só prometer o que posso cumprir".
 
Questionado sobre a exequibilidade das promessas de reversão de medidas do actual Governo, Seguro voltou a salientar que tem prometido apenas o que tem a certeza de poder cumprir quando chegar ao governo.
 
"Nunca prometi devolver de um dia para o outro os cortes nos salários públicos (...) tenho um princípio muito simples: o de só prometer o que tenho a certeza de podermos cumprir quando formos Governo. O conjunto das propostas e das promessas que tenho feito aos portugueses não custam mais de meio ponto percentual do PIB. As contas estão feitas e explicámos para cada uma onde se encontra a respectiva compensação", disse.

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