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PSD ou Presidência. Rio avança, se o país quiser

08 jul, 2014 • Raquel Abecasis

Se houver um "movimento grande" nesse sentido, Rui Rio não vai "fugir". Em entrevista à Renascença, o ex-autarca tece duras críticas ao sistema político.

PSD ou Presidência. Rio avança, se o país quiser
Rui Rio admite à Renascença ser candidato a líder do PSD ou ao cargo de Presidente da República se houver um "movimento grande" nesse sentido. O ex-presidente da Câmara do Porto tece duras críticas ao sistema político actual e acusa as máquinas partidárias de afastarem as pessoas "de qualidade" da política.

Rui Rio admite à Renascença ser candidato a líder do PSD ou ao cargo de Presidente da República se houver um "movimento grande" nesse sentido.

"Se as coisas no país evoluírem de tal forma que um dia seja absolutamente claro que há muita gente que o deseja muito, que deposita muita confiança em mim e que, por um conjunto de circunstâncias, quer que eu vá, se eu sentir que isso é realmente um movimento grande, é evidente que dificilmente uma pessoa pode defraudar as pessoas e fugir", diz o ex-presidente da Câmara do Porto em entrevista ao programa “Terça à Noite”.

Rui Rio tece duras críticas ao sistema político actual e critica o silêncio da justiça no caso Banco Espírito Santo.

"Ou nós estamos apostados em ter uma ditadura qualquer – e então é melhor não fazer nada, que isto degrada e um dia vem mesmo – ou então é bom introduzir alterações na forma de [a democracia] funcionar para a revitalizar e conseguir um contrato de confiança entre os cidadãos e a política", diz.

Rio acusa as máquinas partidárias de afastarem as pessoas "de qualidade" da política porque não estão disponíveis para "pagar quotas a militantes ou buscar camionetas para os militantes irem votar".

O que aconteceu durante anos nas juventudes partidárias transferiu-se agora para os lugares de topo, aponta o antigo autarca. Consequência: "as pessoas de maior envergadura" afastaram-se da política.

O consenso, versão Rio
Mais do que um consenso para governar, é necessário que haja um "consenso para mudar o sistema".

Para Rio, a realidade actual pede "ajustamentos" na Constituição. Face à actual situação política e à "urgência" de tomar medidas, seria bom que as eleições fossem "ligeiramente" antecipadas.