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Seguro pede fim de “triste espectáculo” em reunião caótica do PS

22 jun, 2014 • Susana Madureira Martins

Costa insiste na realização de um congresso extraordinário e pede a antecipação das eleições primárias.

O secretário-geral do Partido Socialista, António José Seguro, tomou a palavra durante a reunião da comissão nacional que decorre este domingo em Ermesinde para apelar ao bom senso.

Ao que a Renascença apurou junto de fontes socialistas, Seguro pediu para que o PS deixe de dar este triste espectáculo e considerou ainda que a data das eleições primárias não deve ser alterada.

É a posição de Seguro face à proposta de António Costa que quer antecipar as primárias de 28 para 14 de Setembro.

De acordo com fontes socialistas, o ambiente na sala é descrito como caótico.

No início do encontro, a presidente do partido, Maria de Belém Roseira, recusou o pedido de António Costa para discutir e pôr a votação a proposta para eleições directas e congresso extraordinário electivo, considerando que há um problema político. Maria de Belém pediu mesmo uma proposta unânime de alteração da ordem de trabalhos que foi, entretanto, chumbada.

Nessa altura, António Costa pediu a palavra para dizer que é urgente que o PS saia da situação de bloqueio estatutário e propôs que até Julho se realize um congresso extraordinário para marcar eleições directas e apreciar as eleições primárias.

João Proença, membro do secretariado nacional do partido, fez a defesa de Seguro, dizendo que há uma coacção para que o secretário-geral resigne.

Gritaria e trocas de acusações
Segundo relatos de elementos presentes na sala já houve momentos de gritaria entre as duas facções. Um elemento do secretariado nacional, António Galamba, próximo de Seguro, acusou os deputados do PS de faltarem massivamente ao último debate quinzenal, no qual esteve presente o secretário-geral. Galamba dirigiu-se ainda aos gritos a Jorge Lacão, apoiante de Costa, para lhe dizer que não houve blindagem de estatutos por parte desta direcção. Lacão respondeu a Galamba acusando-o de mentir.