O PS quer que o primeiro-ministro explique as declarações sobre um alegado "desvio colossal" das contas públicas. “Fiquei curioso com essas declarações porque ao fim de um mês de Governo, quando se viu pouco e ainda medidas simbólicas, começamos a ver o primeiro-ministro a atirar para o passado, em vez de olhar para o futuro”, observou o deputado socialista Vitalino Canas.
Vitalino Canas acrescentou que “começa muito a parecer que o primeiro-ministro já está a tentar encontrar algum álibi para não fazer aquilo a que se comprometeu. Acho que este tipo de declarações deviam ser feitas com muito cuidado, primeiro porque elas são vistas com atenção não apenas internamente mas também externamente e nós estamos sob ataque dos mercados”, frisou.
O antigo ministro da Economia, Vieira da Silva, também considerou que Passos Coelho deve ter cuidado nas afirmações que faz devido às repercussões internacionais, argumentando que "todos os responsáveis políticos devem ter cuidado quando se pronunciam sobre a credibilidade das contas públicas".
Vitalino Canas sublinhou ainda que “qualquer declaração do primeiro-ministro deve ser circunstanciada, ou seja, deve ser feita com provas e com demonstração daquilo que se está a dizer”.
"O Governo disse há não muito tempo que não ia usar o passado para justificar as suas acções. Se o começa a fazer, esse sim, é um desvio colossal", afirmou Vieira da Silva, no final da comissão parlamentar que acompanha a implementação do programa acordado com a "troika"do Banco Central Europeu, Comissão Europeia e Fundo Monetário Internacional.
No conselho nacional do PSD, Passos Coelho revelou que o Governo encontrou um "desvio colossal em relação às metas estabelecidas" para as contas públicas e o partido socialista quer agora ouvir justificações.