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"Troika" sai mas avaliações continuam, diz Passos Coelho

23 abr, 2014 • Susana Madureira Martins

Primeiro-ministro negou estar a fazer "jogo duplo" com o Fundo Monetário Internacional.

O programa da “troika” está a terminar, mas as avaliações dos credores internacionais vão continuar, confirmou o primeiro-ministro, esta quarta-feira, no debate quinzenal no Parlamento.

O secretário-geral do PS, António José Seguro, questionou a existência de uma avaliação independente ao programa de ajustamento dentro de seis meses, mas Pedro Passos Coelho disse desconhecê-la, embora Portugal mantenha mecanismos externos para controlo da dívida. 

Passos Coelho adiantou que “quando a troika concluir o seu trabalho, ela sempre garantirá, enquanto 75% da nossa dívida oficial não for paga, que esse pagamento vai ter lugar”.

“Uma avaliação haverá sempre. Não é aquela a que estamos habituados a cada três meses, mas isso haverá sempre”, declarou.

O líder do PCP perguntou ao primeiro-ministro que compromissos é que o Governo assumiu com o Fundo Monetário Internacional (FMI).

Jerónimo de Sousa prosseguiu dizendo que se o primeiro-ministro não desse explicações tinha “o direito de interpretar que existe um jogo duplo por parte do Governo, ou seja, negoceia com o FMI e com a União Europeia uma coisa e publicamente vem dizer aos portugueses outra totalmente diferente”.

Pedro Passos Coelho garantiu que não há nenhum jogo duplo. Em relação à indexação das pensões à economia e à demografia abriu a porta a que essa ligação se faça ao factor económico.

“O factor de sustentabilidade garante que já hoje o valor da pensão esteja relacionado com a demografia. Diz o senhor deputado: e quanto à performance da economia? Não digo que não, senhor deputado, mas não é uma medida que esteja nesta altura fechada e construída. Admito o princípio, mas não é uma matéria que esteja nesta altura encerrada”, frisou o chefe do Governo.

O primeiro-ministro insiste que vai reduzir despesa com a reestruturação do Estado e apelou a que a oposição deixe de lado a obsessão  com os cortes nas pensões e nos salários, porque esse é um ajustamento que já está feito, assegurou.