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Capitães de Abril não discursam no Parlamento

16 abr, 2014

Líderes parlamentares e presidente da Assembleia reafirmam o "desejo sincero" de os capitães de Abril estarem presentes nas cerimónias da "Revolução dos Cravos".

Capitães de Abril não discursam no Parlamento
A presidente da Assembleia da República, Assunção Esteves, esteve reunida esta quarta-feira com a Associação 25 de Abril, mas os militares mantêm a recusa de ir ao Parlamento se não discursarem. O presidente da associação, Vasco Lourenço, diz ter tido muito gosto em receber Assunção Esteves depois da polémica, mas reafirma que nada se alterou.
Os líderes parlamentares estiveram reunidos esta quarta-feira e não chegaram ao consenso necessário para que os capitães de Abril possam discursar nas cerimónias da "Revolução dos Cravos" que vão ter lugar na Assembleia da República.

"Não ocorreu o consenso necessário para a intervenção de um representante da Associação 25 de Abril na sessão solene comemorativa. Na mesma reunião, presidente [da Assembleia da República] e deputados expressaram, unanimemente, o seu respeito e gratidão pela coragem dos capitães de Abril, com o seu  legado da democracia, e reafirmaram o seu desejo sincero de os ter presentes nestas cerimónias", refere o comunicado divulgado no final do encontro.

A reunião contou com a presença da presidente da Assembleia da República, Assunção Esteves, que esta quarta-feira também visitou a Associação 25 de Abril para fazer as pazes com os militares depois das polémicas declarações da semana passada.

O presidente da associação, Vasco Lourenço, disse ter tido muito gosto em receber Assunção Esteves depois da polémica, mas reafirma que nada se alterou. "Da nossa parte, mantemos a nossa posição. Participaremos em várias acções, menos na sessão solene no Parlamento, se não nos deixarem discursar", disse o capitão de Abril.

No dia 10 deste mês, a presidente da Assembleia da República garantiu que convidou a Associação 25 de Abril para estar presente na sessão solene comemorativa da revolução, mas afirmou que, se os militares impõem a condição de falar, "o problema é deles".

A polémica provocou o pedido do PS em realizar uma conferência de líderes ou uma reunião urgente, que se realizou esta quarta-feira, mas que terminou sem consenso.