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Passos não vê razão para se "criar bicho-de-sete-cabeças" à volta dos cortes

12 abr, 2014

Primeiro-ministro confirma que na próxima semana o Governo vai comunicar essas medidas. “Não são medidas que incidam em matéria de impostas, salários ou pensões”.

O primeiro-ministro afirmou, em Valpaços, que não há nenhuma razão para se estar "a criar um bicho-de-sete-cabeças" à volta dos cortes que o Estado vai ter de fazer em 2015 e que serão divulgados, no essencial, na próxima semana.

"Nós, na próxima semana, iremos comunicar essas medidas. Não são medidas que incidam em matéria de impostas, salários ou pensões, creio que já esclareci bem essa matéria e não creio sinceramente que devemos estar todos os dias a criar uma notícia em volta dessa matéria", disse Pedro Passos Coelho.

Para atingir a meta de défice de 2,5% em 2015, o primeiro-ministro referiu que terão de ser identificadas "poupanças ao nível da máquina do Estado que honrem esses compromissos".

"Não é um trabalho que se faça de um dia para o outro, mas é um trabalho que será apresentado ao país muito proximamente e creio que, sinceramente, não há nenhuma razão para estar a criar um bicho-de-sete-cabeças à volta desses cortes que o Estado vai ter de fazer para o próximo ano", sublinhou.

Passos Coelho salientou que, na próxima semana, será divulgado "o essencial dessas medidas, que serão depois completadas com a apresentação do Orçamento do Estado para 2015.

“Vivemos, felizmente cada vez mais, tempos de normalidade e não deixaremos de transmitir com muita transparência aos cidadãos aquilo que são as nossas intenções", afirmou.

Questionado sobre o salário mínimo, que vale hoje menos do que em 1974, Passos Coelho reafirmou que o país "não pode gastar o que não tem". "Podemos e devemos fazer todos os esforços ao nosso alcance para poder ter equilíbrio nas contas públicas", o que, salientou, tem vindo a ser feito.

Relativamente à questão do salário mínimo, o primeiro-ministro disse ainda que desde o ano passado tem afirmado que em 2014 é o "ano adequado para, em sede de concertação social, encontrar um compromisso que esteja ligado às perspectivas de crescimento da economia, de ganhos de produtividade e de equilíbrio macroeconómico", uma discussão que irá ser feita com os parceiros sociais.