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Secretário de Estado fala latim para nada dizer sobre pensões

09 abr, 2014

"Sigo os romanos, que diziam: Roma locuta, causa finita - Roma falou, a questão está decidida." Palavras de Leite Martins, que fez o polémico "briefing" em que foi aventada a possibilidade de a aplicação da CES passar a definitiva. 

Secretário de Estado fala latim para nada dizer sobre pensões
O secretário de Estado da Administração Pública disse ser um membro do Governo "completamente alinhado" com as posições do primeiro-ministro sobre a contribuição extraordinária de solidariedade (CES), dizendo ser "prematuro" falar mais sobre o assunto. O governante citou ainda uma expressão em latim para dizer que segue "os romanos que diziam" que, quando Roma falava, a questão estava encerrada, reforçando o seu compromisso com as palavras de Pedro Passos Coelho.
O secretário de Estado da Administração Pública disse ser um membro do Governo "completamente alinhado" com as posições do primeiro-ministro sobre a contribuição extraordinária de solidariedade (CES), dizendo ser "prematuro" falar mais sobre o assunto.

"O primeiro-ministro enunciou publicamente a posição do Governo na matéria e eu sou um membro do Governo alinhado com a posição que o primeiro-ministro
define. Estou completamente alinhado com essa posição. Penso que é prematuro fazer qualquer outro tipo de considerações", disse José Leite Martins, na Comissão Parlamentar de Orçamento, Finanças e Administração Pública no âmbito da proposta do executivo que mantém inalterado o aumento dos descontos para a ADSE de 2,5% para 3,5%,

"Sigo os romanos, que diziam: 'Roma locuta, causa finita - Roma falou, a questão está decidida", disse, reforçando o seu compromisso com as palavras de Pedro Passos Coelho.

José Leite Martins foi questionado por Catarina Marcelino, do PS, que falou sobre um 'briefing' recente das Finanças com jornalistas onde foi aventada a possibilidade de a aplicação da CES passar a definitiva.

"Por um lado, era fonte oficial do Ministério das Finanças, mas afinal era o senhor secretário de Estado, e veio a lume a possibilidade da CES ser aplicada de forma permanente", declarou a socialista.

No entender do PS, "se a CES se tornar definitiva, torna-se em mais um corte definitivo nas pensões".

O primeiro-ministro disse no final de Março que não tem sentido "fazer especulação" sobre um eventual corte permanente de pensões no Estado e manteve que a resposta à "insustentabilidade da segurança social" ainda não foi tomada.

Passos Coelho lembrou que ainda não foi produzido o relatório final do grupo de trabalho que está a propor medidas alternativas às chumbadas pelo Tribunal Constitucional e mostrou-se surpreendido com as notícias que davam conta da possibilidade de aplicar a CES de forma permanente.