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Carta aberta de ex-responsáveis do Banco de Portugal defende Constâncio

02 abr, 2014

Antigo governador do Banco de Portugal desmente antigo primeiro-ministro. Vítor Constâncio não se recorda de ter sido "expressamente" convocado por Durão Barroso "para saber se aquilo que se dizia do BPN era verdade”.

Miguel Beleza, Teodora Cardozo, José da Silva Lopes, Artur Santos Silva e Rui Vilar, antigos responsáveis do Banco de Portugal, assinaram uma carta conjunta onde defendem a actuação de Vítor Constâncio no caso BPN.

No texto, os cinco ex-responsáveis do Banco de Portugal sublinhando a competência do antigo governador do banco central.

Entre os subscritores está Miguel beleza. O ex-governador do Banco de Portugal sublinha que, do seu ponto de vista, Constâncio fez o que poderia ter feito sobre o caso. “Vi alguns ataques que me pareceram injustificados. E achei adequado dizer que tinha sido um governador que tinha feito o que podia na altura , com a informação que tinha disponível na altura”, afirmou à Renascença Miguel Beleza.

“Ele fez aquilo que estava ao seu alcance”, sublinhou.

Esta carta aberta surge após uma entrevista do presidente da Comissão Europeia ao “Expresso e SIC, onde Durão Barroso disse que enquanto foi primeiro-ministro – entre 2002 e 2004 - chamou "por três vezes" Vítor Constâncio a São Bento para "saber se aquilo que se dizia do BPN era verdade”.

Na terça-feira, em Atenas, o actual vice-presidente do Banco Central Europeu (BCE) disse não se lembrar de ter sido chamado por Durão Barroso para "falar exclusivamente" sobre o BPN. Vítor Constâncio admitiu que das várias vezes em que se encontrou com Durão o tema acabou por surgir, mas apenas numa ocasião e sem elementos concretos.

O deputado social-democrata Duarte Marques já entregou um requerimento no Parlamento para que o Banco de Portugal esclareça o que fez para fiscalizar o BPN e se Constâncio foi alertado para o assunto pelo então primeiro-ministro.