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Francisco Assis

“Minha candidatura é estruturante da esquerda portuguesa”

24 fev, 2014

Cabeça de lista do PS às eleições europeias sublinha a necessidade de aproximar “os portugueses com as instituições democráticas e políticas”.

“Minha candidatura é estruturante da esquerda portuguesa”
O cabeça de lista do PS às eleições europeias quer ser o candidato do “bloco central da esquerda portuguesa”. Francisco Assis considera que as eleições para o Parlamento Europeu, agendadas para Maio, serão um teste ao Governo. O deputado socialista promete uma campanha de esclarecimento das posições do Partido Socialista.

“A minha candidatura é evidentemente uma candidatura do bloco central e estruturante da esquerda portuguesa. Isso não há dúvida nenhuma. E é isso que se vai verificar nestes debates”, afirmou Francisco Assis, à margem das jornadas parlamentares do PS, que decorrem na Nazaré.

“Quanto ao resto”, sublinha o candidato socialista às europeias, é “fazer permanentemente uma campanha pela positiva, porque acho que temos que reconciliar os portugueses com as instituições democráticas e políticas e o país precisa rapidamente de encontrar um caminho de esperança e confiança no futuro”.

Ainda de acordo com o cabeça de lista socialista nas próximas eleições europeias, o PS terá a preocupação de sustentar as suas posições da forma “mais clara possível, sem recurso a truques ou demagogias, tendo em vista que os portugueses saibam com o que contam”.

No sábado, durante o Congresso Nacional do PSD, o cabeça de lista social-democrata, Paulo Rangel, defendeu a tese de que as próximas eleições europeias serão um teste à liderança do PS e não ao Governo.

Francisco Assis rejeitou essa ideia, contrapondo que as eleições de 25 de Maio “são para o Parlamento Europeu”. “Em qualquer país europeu, a serem um teste, estas eleições são sempre um teste ao Governo. Essa teoria que foi agora inventada, que são um teste às oposições, é de facto uma originalidade produzida em Portugal”, comentou.

Já esta tarde, o líder parlamentar do PS acusou o Governo de estar a preparar mais cortes. Na sessão de abertura das jornadas parlamentares do PS, Alberto Martins traçou um quadro negro sobre os resultados de quase três anos de Governo e demarcou-se da “nova” proposta do executivo para um acordo em torno de uma reforma do Estado, alegando que “não passa de mais uma máscara para impor mais austeridade”.

Também esta segunda-feira à tarde, Eduardo Lourenço atacou o congresso do PSD, comparando-o a uma missa cantada: “Nem toda a gente está deprimida e espero que o PS também não esteja. Já há muito tempo que não assistia a este espectáculo, relativamente bem-sucedido, que parecia uma festa, parecia mesmo uma missa cantada.”

Na sequência do congresso do PSD, o ensaísta lamentou, por outro lado, que o PS não tivesse apresentado Francisco Assis mais cedo como cabeça de lista às europeias: “O PS está a passar um mau bocado. Atacado directamente, com algum talento, devem estar muito afectados mas responderam rapidamente de uma maneira bastante tónica ao desafio que era feito. Talvez pudesse ter sido antecipada a resposta, mas foi dada em tempo útil ainda.”

Os socialistas estão na Nazaré, onde decorrem as jornadas parlamentares. Em cima da mesa estão questões como a austeridade, a actual situação do país. O PS quer marcar posição como alternativa política. As jornadas serão encerradas na terça-feira pelo secretário-geral do PS, António José Seguro.