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Seguro quer regresso aos mercados à irlandesa

04 jan, 2014

Foi "para isso que o primeiro-ministro exigiu tantos sacrifícios" aos portugueses, afirma o líder socialista.

Portugal, à semelhança da Irlanda, deve "regressar aos mercados de forma limpa" e “sem necessitar de apoio” externo através de um programa cautelar, defende o secretário-geral do PS.  

"O que queremos sabemos muito bem: que Portugal siga o caminho da Irlanda, que Portugal regresse aos mercados de forma limpa", afirmou António José Seguro, em Coimbra, depois de o Presidente da República, Cavaco Silva, ter admitido na sua mensagem de ano novo a possibilidade de um programa cautelar. 

Foi "para isso que o primeiro-ministro exigiu tantos sacrifícios" aos portugueses, argumenta o líder socialista, mas Portugal "entra no novo ano sob o signo da incerteza", sublinha.

"Vamos terminar, no final do primeiro semestre deste ano, o programa de assistência e económica e financeira a Portugal e não sabemos o que vai acontecer ao nosso país", adiantou António José Seguro. 
 
Ao questionar "se será uma saída com ajuda ou sem ajuda", advertiu que "qualquer tipo de apoio exige mais sacrifícios" aos cidadãos. "Nós não escondemos a diferença entre um programa cautelar e um segundo resgate", referiu.  
 
Sobre os novos cortes nas pensões anunciados pelo Governo para compensar o chumbo do Tribunal Constitucional à convergência das pensões, o líder socialista recusou "mais sacrifícios e mais sofrimento", sobretudo para os reformados e pensionistas. O PS, frisou, "está contra essa nova TSU dos idosos" que o Governo de Pedro Passos Coelho "se prepara para aplicar" no âmbito do Orçamento de Estado para 2014.
 
"Não tinha de ser assim", mas tal acontece "por impreparação para governar" e por "opção ideológica" do executivo de coligação PSD/CDS, num momento em que "uma parte ínfima de portugueses se transforma em milionários", enquanto, segundo António José Seguro, a classe média "está praticamente dizimada" pelas políticas dos últimos dois anos e meio.

Ainda em relação às contas do Estado para este ano, Seguro afirma que "convivemos com a incerteza de um Orçamento que antes de o ser já não era, isto é, um Orçamento que antes de ser promulgado já precisava de ser rectificado”.