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Passos corrige os "números mágicos" do ministro dos Negócios Estrangeiros

12 nov, 2013

Primeiro-ministro realça que está tudo bem entre os dois, mas desmente declarações recentes de Rui Machete.

Pedro Passos Coelho é taxativo: "não há números mágicos" que impliquem um financiamento sustentável de Portugal. O primeiro-ministro corrigiu assim as palavras do ministro dos Negócios Estrangeiros, que se viu envolvido em nova polémica: Rui Machete afirmou que os juros da dívida portuguesa têm de andar pelos 4,5% para que o país evite um novo resgate da "troika" e já foi inclusivamente contrariado por Paulo Portas. Agora, é o primeiro-ministro a fazer um reparo público.

A reacção de Passos Coelho surgiu na sequência de uma breve entrevista que o chefe de Governo concedeu em Paris, onde se encontra esta terça-feira. Os jornalistas perguntaram ao primeiro-ministro "o que é que pensou quando ouviu que o ministro dos Negócios Estrangeiros tinha definido os 4,5% como número mágico para evitar um segundo resgate da 'troika'". "Não há números mágicos nesta matéria", respondeu Passos Coelho.

"Não insistam nas questões sobre o senhor ministro, que tem vindo a desempenhar as suas funções com a minha confiança e isso é tudo aquilo que é importante saber." Os jornalistas insistiram com Passos Coelho a propósito da meta dos 4,5%, mas o chefe de Governo desvalorizou o tema. 

"Isso não tem, nesta altura, qualquer relevância de maior. Quero sublinhar a minha confiança quanto ao andamento que estamos a ter em termos macroeconómicos e as perspectivas que se oferecem a Portugal para encerrar o actual programa de assistência, para podermos pensar em termos de médio e longo prazo num futuro pós-troika", disse.

O primeiro-ministro também foi questionado sobre as relações entre Portugal e Angola, outra área que envolveu uma polémica com Rui Machete - o ministro pediu desculpa por causa das investigações feitas em Portugal a alguns empresários angolanos. Na sequência da celeuma, o presidente angolano anunciou o fim da parceria estratégica com Portugal. 

Em Paris, e a propósito deste tema, o primeiro-ministro português argumentou que se trata de dois países irmãos e mostrou "esperança" numa resolução rápida dos problemas nas relações entre os dois países.