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António Costa

“Não se combate a crise com um país dividido”

05 out, 2013 • Marta Grosso

“A crise deve ser combatida com as regras e os instrumentos da democracia”, afirmou o reeleito presidente da Câmara Municipal de Lisboa nas celebrações do 5 de Outubro, dia em que assinala a implantação da República e que este ano não é feriado.

O presidente da Câmara Municipal de Lisboa, António Costa, aproveitou a cerimónia dos 103 anos da Implantação da República, este sábado, para deixar vários recados ao Governo.

Tal como no seu discurso de vitória na noite das eleições autárquicas, há quase uma semana, António Costa falou do estado do país.

“Não se combate a crise com um país dividido, descrente e desconfiado do futuro”, afirmou, defendendo ser hora de construir “uma estratégia nacional que promova a competitividade, construída na cooperação e no diálogo” com os parceiros sociais e todos os agentes económicos.

Aludindo aos vários chumbos do Tribunal Constitucional e às críticas de que o Governo PSD/CDS-PP tem sido alvo, de secundarizar a democracia, o autarca socialista sublinhou que “a crise não se vence vendendo os anéis, mas fortalecendo os dedos”, devendo ser esta "uma ocasião para fazermos o exame à nossa consciência democrática”, “porque todos juntos fazemos Portugal”.

“A crise deve ser combatida com as regras e os instrumentos da democracia, com o esforço e a convicção de todos, com visão estratégica e não com impulsos”, afirmou Costa, reforçando: “A crise tem de ser combatida na convicção de que não há contradição entre democracia e desenvolvimento económico e também não há contradição entre crescimento e consolidação financeira. Pelo contrário: são objectivos complementares, que se reforçam reciprocamente”.

Virando-se depois para a cidade, Lisboa, Costa referiu-se ao processo de reorganização administrativa do território, afirmando que as autarquias foram grandes impulsionadoras da poupança.

“Nós fizemos a nossa parte. As freguesias de Lisboa vão iniciar novos mandatos com novos desafios. Cabe agora ao Estado fazer o que lhe cabe”, afirmou, defendendo o poder dos municípios sobre o policiamento do trânsito e os transportes públicos.