07 ago, 2013
O secretário de Estado do Tesouro apresentou a sua demissão. Fonte do Governo garante à Renascença que o pedido foi aceite pela ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque.
Na carta de demissão, Joaquim Pais Jorge critica as notícias que davam conta do seu envolvimento numa reunião em que o banco onde trabalhava terá proposto "swaps" ao Governo de José Sócrates para disfarçar o défice.
"As notícias vindas a público nos últimos dias, em que uma apresentação com mais de oito anos foi falseada para que incluísse o meu nome, revelam um nível de actuação política que considero intolerável. A minha disponibilidade para servir o país sempre foi total. Não tenho, no entanto, grande tolerância para a baixeza que foi evidenciada", escreve.
"Considero que não tenho que me sujeitar a este tipo de tratamento mediático de que fui alvo nos últimos dias. Foram exploradas e distorcidas declarações que fiz sempre de boa-fé. É este lado podre da política, de que os portugueses tantas vezes se queixam, que expulsa aqueles que querem colocar o seu saber e a sua experiência ao serviço do país", lê-se ainda.
Joaquim Pais Jorge diz lamentar que o seu percurso profissional esteja a ser usado como arma contra o Governo. "Tomei esta difícil decisão porque nunca permitirei que controvérsias criadas sobre o meu percurso profissional, que não escondi, possam ser usadas como arma de arremesso político contra o Governo."
A carta termina com votos de que o seu afastamento permita um regresso à normalidade. "Nenhuma manobra de baixa política poderia mudar a minha disposição de serviço à causa pública, nem de dedicação a Portugal. Retiro-me, no entanto, esperando muito sinceramente que a minha saída permita que todos se recentrem naquilo que é verdadeiramente importante."
- Leia na íntegra a carta de demissão de Joaquim Pais Jorge
- Conheça a história por trás da queda do secretário de Estado do Tesouro
[notícia actualizada às 12h35]