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Cavaco alerta para "adversários" do acordo de "salvação nacional"

18 jul, 2013 • Mara Dionísio

Presidente da República diz que continua a "confiar no sentido de responsabilidade dos partidos políticos", embora reconheça que não tem "nenhuma garantia de que no final haverá acordo".

Cavaco alerta para "adversários" do acordo de "salvação nacional"
Cavaco Silva reiterou a necessidade de os partidos do "arco da governação" chegarem a um compromisso de "salvação nacional". De visita às ilhas Selvagens, na Madeira, o Presidente da República mostrou-se convicto de que os partidos "estão à altura das responsabilidades" do momento "de emergência que o país atravessa", mas deixou um alerta a quem defende o entendimento entre PS, PSD e CDS.

"Existem adversários do acordo do compromisso de salvação nacional" que "tudo farão para que ele não se concretize e que não irão olhar a meios para que não se concretize", afirmou o chefe de Estado, em declarações aos jornalistas. Ainda assim, Cavaco Silva sublinhou "o sentido de responsabilidade que todos os partidos estão a demostrar" e "o seu empenho determinado na negociação, que é difícil".

Tendo em conta a informação que recebeu, o Presidente mostra-se convicto de "que os partidos estão a altura da responsabilidade do momento de emergência que estamos a viver". Cavaco Silva garante ainda que "não é parte das negociações".

"Elas são feitas entre partidos. Eles é que devem negociar. Cada um deve colocar preferências sobre a mesa, devem fazer análise séria e fazer algumas cedências", afirmou. O Presidente refere que continua a "confiar no sentido de responsabilidade dos partidos políticos", embora reconheça que não tem "nenhuma garantia de que no final haverá acordo".

O chefe de Estado disse ainda identificar-se "totalmente" com a "declaração que foi produzida pela UGT, pela Confederação dos Agricultores de Portugal, pela Confederação da Indústria, pela Confederação do Turismo, pela Confederação do Comércio, em que esse parceiros sociais dirigem um veemente apelo aos partidos que estão a negociar para que coloquem de lado os interesses partidários, estejam à altura do momento e que tão rapidamente quanto possível cheguem a um acordo de salvação nacional".

Questionado pelos jornalistas sobre o prazo de uma semana para alcançar um acordo, Cavaco Silva confirmou que foi uma sugestão sua, mas acrescenta que foram os próprios partidos, na primeira reunião, a fixar esse limite.

Agora, Cavaco Silva aguarda os resultados, mas acredita que os partidos estão a dar uma lição aos portugueses. "Aguardo os resultados com serenidade e manifesto a minha confiança. Qualquer que seja o resultado, os partidos deram uma lição ao país de que é possível dialogar. Portugal precisa que os partidos trabalhem em conjunto."