Tempo
|

Passos Coelho disponível para acordo "de salvação nacional"

11 jul, 2013 • Eunice Lourenço

Primeiro-ministro reuniu durante uma hora com Cavaco Silva, quase 24 horas depois de o chefe de Estado ter pedido um entendimento de médio prazo entre PSD, CDS e PS.

Passos Coelho disponível para acordo "de salvação nacional"

O primeiro-ministro e líder do PSD manifestou ao Presidente da República "o seu empenhamento em chegar a um acordo com as características que Cavaco Silva propôs na quarta-feira", avançou fonte governamental à Renascença. A disponibilidade de Pedro Passos Coelho foi expressa num encontro realizado esta quinta-feira à tarde, no Palácio de Belém.

O Presidente da República recebeu Pedro Passos Coelho na dupla condição de primeiro-ministro e de líder do PSD. Em cima da mesa esteve a proposta de "compromisso de salvação nacional" feita por Cavaco Silva, na quarta-feira.

A reunião entre o chefe de Estado e Pedro Passos Coelho começou pelas 18h00 e durou cerca de uma hora. No final, não foram prestadas declarações aos jornalistas.

O Presidente da República já tinha recebido antes os líderes do PS e do CDS, António José Seguro e Paulo Portas, respectivamente. Estas reuniões surgem depois de o Presidente ter falado ao país na quarta-feira, numa declaração em que pediu um acordo "de salvação nacional" entre os três partidos que subscreveram o memorando com a "troika": PSD, CDS e PS.

O chefe de Estado defende que o entendimento deve assentar em "três pilares fundamentais". "Primeiro, o acordo terá de estabelecer o calendário mais adequado para a realização de eleições antecipadas. A abertura do processo conducente à realização de eleições deve coincidir com o final do programa de assistência financeira, em Junho do próximo ano", começou por dizer na comunicação que fez ao país, ao início da noite de quarta-feira.

"Em segundo lugar, o compromisso de salvação nacional deve envolver os três partidos que subscreveram o memorando de entendimento, garantindo o apoio à tomada das medidas necessárias para que Portugal possa regressar aos mercados logo no início de 2014 e para que se complete com sucesso o programa de ajustamento a que nos comprometemos perante os nossos credores", prosseguiu.

"Em terceiro lugar, deverá tratar-se de um acordo de médio prazo, que assegure, desde já, que o Governo que resulte das próximas eleições poderá contar com um compromisso entre os três partidos que assegure a governabilidade do país, a sustentabilidade da dívida pública, o controlo das contas externas, a melhoria da competitividade da nossa economia e a criação de emprego", detalhou.