Emissão Renascença | Ouvir Online

Lobo Xavier acusa Cavaco de "instaurar o caos"

11 jul, 2013

Empresário e antigo líder centrista considera que as condições para a “salvação nacional” apresentadas pelo Presidente da República são “impossíveis de satisfazer”.

O ex-dirigente do CDS-PP, António Lobo Xavier, afirmou esta quinta-feira que o Presidente da República "veio instaurar o caos" com a declaração que fez ao país na quarta-feira, já que "não tem uma solução concreta".

Durante o programa “Quadratura do Círculo”, na SIC Notícias, Lobo Xavier defendeu que "o discurso do Presidente da República veio instaurar o caos, alongando o período de crise, na medida em que não tem uma solução concreta".

Para o ex-dirigente do CDS-PP, cujas declarações foram divulgadas esta quinta-feira, as "condições de solução" apresentadas pelo Chefe de Estado, "parecem impossíveis de satisfazer, nomeadamente a partir das questões do PS".

Lobo Xavier considera que vivia-se em Portugal um "prenúncio de caos e parecia que havia forma de recuperar desse caos". Mas, depois do discurso de quarta-feira, o empresário, se fosse um jornalista estrangeiro de economia, "diria que o Presidente da República institucionalizou em Portugal o caos".

"Esta solução é uma solução com que ninguém contava. Isto é uma coisa a que podemos chamar eleições antecipadas a prazo e Governo semipresidencial”, disse.

Lobo Xavier rematou a sua intervenção dizendo: "julgava que íamos ser poupados a mais estados de alma pessoais".

Cavaco Silva disse na quarta-feira que o actual Governo se encontra em "plenitude de funções" e defendeu um "compromisso de salvação nacional" de médio prazo entre PSD, PS e CDS que permita cumprir o programa de ajuda externa.

O Presidente adiantou que esse acordo deve prever eleições antecipadas a partir de Junho de 2014 e anunciou que vai chamar "de imediato" a Belém os líderes do PSD, Pedro Passos Coelho, do CDS-PP, Paulo Portas, e do PS, António José Seguro.

A declaração surgiu após ter ouvido todos os partidos com representação parlamentar e os parceiros sociais e na sequência do pedido de demissão apresentado pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Portas.