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Jorge Sampaio pede eleições antecipadas

03 jul, 2013

Portugal vive um "momento de verdadeira emergência nacional" por causa da crise no Governo, afirma o antigo Presidente da República, que defende ainda um Governo de transição para preparar as eleições.

Jorge Sampaio pede eleições antecipadas
Foram "48 horas de irresponsabilidade", de acontecimentos "impensáveis" para o antigo presidente da República. E que não deixam dúvidas a Jorge Sampaio: é necessária uma nova legitimidade, com eleições antecipadas que poderiam acontecer na data das autárquicas. Até lá, defende um governo de transição, não excluindo a possibilidade de que este seja de iniciativa presidencial. Mas sobretudo, diz Jorge Sampaio, é importante um amplo consenso político e social pré-eleitoral.

O antigo Presidente da República Jorge Sampaio defende a convocação de eleições legislativas antecipadas para o mesmo dia das autárquicas, a 29 de Setembro.

Em entrevista à agência Lusa, Jorge Sampaio, que durante o seu último mandato dissolveu o Parlamento e fez cair o Governo de Santana Lopes, considera que Portugal vive um "momento de verdadeira emergência nacional" por causa da crise no Governo.

"Houve aqui 48 horas de irresponsabilidade e de factos que eu não julgaria possíveis e quem tem responsabilidade de agir tem de agir depressa", afirma o conselheiro de Estado.

Para o ex-Presidente, "é preciso qualquer coisa que clarifique" a situação política do país e "a única maneira são as eleições".

Jorge Sampaio defende um Governo de transição para preparar as eleições legislativas antecipadas. "As eleições em Portugal demoram muito tempo até se poderem realizar, infelizmente, e, [por isso, coloca-se] o problema do Governo de transição, como já houve em Portugal para preparar eleições. (...) Chegou o momento de pensar seriamente que é preciso uma nova legitimidade que abra caminho para várias soluções políticas de outro tipo", sublinhou. 
 
Paulo Portas, líder do CDS-PP, demitiu-se de ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros na terça-feira, um dia depois da saída de Vítor Gaspar da pasta das Finanças, substituído pela secretária de Estado Maria Luís Albuquerque. 
 
Horas depois, o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, anunciou numa declaração ao país que tenciona manter-se na liderança do Executivo. Na mesma declaração, Passos disse que não aceitou o pedido de demissão de Portas e comunicou a intenção de esclarecer as condições de apoio político ao Governo de coligação.