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Bruxelas não comenta crise política em Portugal

03 jul, 2013 • Daniel Rosário

União Europeia (UE) aguarda clarificação da situação antes de comentar, mas está preocupada.

Apesar da crise política em Portugal, com a demissão, não aceite, de Paulo Portas, a posição oficial da União Europeia é de silêncio absoluto, num contraste com as diferentes reacções à demissão de Vítor Gaspar.

A situação agora é muito mais complicada, pois, ninguém antecipa que rumo poderão tomar os acontecimentos, acompanhados a par e passo com preocupação e com grande apreensão, sobretudo, pela perspectiva de eleições antecipadas - uma situação que poderia paralisar durante vários meses a implementação do programa de ajustamento.

Para já, será de esperar uma insistência da parte de Bruxelas e de outras capitais na necessidade de clarificar a situação, com apelos ao sentido de responsabilidade dos diferentes protagonistas em Portugal.

Passos Coelho não deverá deixar de aproveitar a presença em Berlim, esta quarta-feira, para abordar o assunto com a chanceler alemã, Angela Merkel. E para a próxima segunda-feira, dia 8, está marcada uma reunião do Eurogrupo, na qual os outros países da Zona Euro vão querer receber clarificações e garantias da parte de Portugal em relação ao cumprimento dos compromissos assumidos.

Convém não esquecer que as relações da “troika” com os países resgatados assentam na lógica do ultimato. Por isso, não seria totalmente surpreendente se o Eurogrupo anunciasse que o arranque da próxima missão da “troika” em Lisboa, marcado para o dia 15 de Julho, fica suspenso até serem obtidas da parte de Portugal as garantias consideradas necessárias.