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Programa de ajuda passou de "bem adaptado" a mal "desenhado"

19 mar, 2013 • Carlos Calaveiras

No espaço de quatro meses, que separam a sexta e a sétima avaliação da "troika", o ministro das Finanças abordou a natureza do programa de resgate financeiro a Portugal. Há nuances que separam o que foi dito em Novembro de 2012 do que foi proferido em Março de 2013.

O ministro das Finanças disse esta terça-feira no Parlamento que o programa inicial assinado com a "troika" não foi bem desenhado. "Em 2011, não obstante um esforço bastante considerável de controlo orçamental e medidas orçamentais que não estavam previstas no programa original, a forma como estava desenhado o programa impediu a concretização plena dos montantes de ajustamento orçamental que estavam previstos."
 
O ministro acrescentou que "esse ponto de partida desfavorável, conjuntamente com uma evolução internacional que também foi desfavorável, exigiu, para ancorar as expectativas que nos permitiram o regresso aos mercados de obrigações, uma tomada de medidas de consolidação orçamental substancialmente superiores ao que estava previsto no programa de ajustamento".
 
A 19 de Novembro de 2012, o ministro apresentou uma leitura algo diferente: "É um programa de ajustamento bem adaptado a Portugal". 
 
"Se me pergunta se eu teria feito ou proposto algo de diferente durante este período, certamente que sim. No entanto, parece-me que o diagnóstico deste programa de ajustamento está correcto e, consequentemente, é um programa de ajustamento bem adaptado a Portugal", referiu Vítor Gaspar na conferência de imprensa de apresentação de resultados da sexta avaliação da "troika".