27 fev, 2013
O intelectual francês Stéphane Hessel, autor do best-seller “Indignai-vos”, morreu na última noite, anunciou esta quarta-feira a sua mulher.
O antigo diplomata, que faleceu aos 95 anos, combateu na resistência francesa à ocupação alemã, foi torturado pela Gestapo e preso num campo de concentração durante a II Guerra Mundial.
Hessel era o último redactor ainda vivo da Declaração Universal dos Direitos do Homem, de 1948, um documento que, segundo dizia, continua actual.
“Felizmente não caiu no esquecimento. Não apenas a própria declaração, que é um bom texto, precioso, e com efeito estou muito contente e feliz por ter assistido à sua redacção. Mas os direitos do homem fizeram progressos sensíveis em todos os países. Temos a vantagem de uma democracia respeitosa dos direitos do homem no mundo como nunca houve”, disse o intelectual sobre o documento.
Estas declarações de Stéphane Hessel foram proferidas ao programa de “Ensaio Geral” da Renascença, numa entrevista efectuada em 2011, aquando a publicação do manifesto “Indignai-vos”.
O livro de Hessel vendeu milhões de exemplares em todo o mundo e inspirou os movimentos dos "Indignados" em vários países, sobretudo no Sul da Europa.
O antigo Presidente da República Mário Soares considera que Stéphane Hessel é "uma das pessoas que será lembrada" quando se cantar a música "Grândola, Vila Morena".
Para Mário Soares, o autor do 'best-seller' "Indignai-vos" era "um homem de superior qualidade e um homem extraordinário".
Numa reacção à morte do intelectual francês, o presidente do Parlamento Europeu, o social-democrata Martin Schulz, diz que desapareceu "grande europeu".
"Stéphane Hessel, um grande europeu, sempre empenhado, nunca satisfeito, imbuído de um espírito de combate e de liberdade. Vai fazer muita falta", escreveu Schulz na rede social Twitter.