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Portuguesa conta como sobreviveu a naufrágio na Guiné-Bissau

28 dez, 2012

“Os únicos portugueses a bordo eram eu e o meu colega Francisco, estamos os dois bem”, afirma Mara Lopes, chefe da missão da AMI.

A Renascença falou com um dos dois portugueses que sobreviveram a um naufrágio ocorrido esta sexta-feira na Guiné-Bissau, onde perderam a vida pelo menos 24 pessoas.

“Os únicos portugueses a bordo eram eu e o meu colega Francisco Antunes. Estamos os dois bem e não havia mais portugueses a bordo”, afirma Mara Lopes, chefe da missão da Assistência Médica Internacional (AMI) naquele país.

O naufrágio aconteceu já perto da costa da capital guineense. Alguns passageiros conseguiram nadar, outros foram salvos pelos pescadores, mas há ainda 75 desaparecidos e estão confirmados 22 mortos.

Nestas declarações à Renascença, Mara Lopes conta que o barco “saiu de Bolama aproximadamente às 9h00, 9h15 da manhã”, em direcção a Bissau.

“É uma altura festiva, há uma maior deslocação de famílias para Bissau e a viagem correu razoavelmente bem até nos aproximarmos de Bissau”, adianta esta médica da AMI.

À saída de Bolama “o mar estava tranquilo e estava bom tempo”, mas ao aproximarem-se da capital guineense o mar começou a ficar mais agitado e a canoa começou a meter água pela parte de trás.

Mara Lopes diz que o barco afundou-se “muito perto da costa”, talvez “a cerca de 750 metros”, e que os passageiros foram socorridos por pescadores.

“As pessoas na sua grande maioria não sabem nada. A assistência foi quase imediata, dos pescadores de Bissau nas pirogas para resgatarem quem estava na água, mas houve muita gente que não sobreviveu.”

“Eu própria tive alguma dificuldade e o meu colega também, mas quem sabe nadar conseguiu aguentar dentro de água, quem não sabia não aguentou”, refere a chefe da missão da AMI.

De acordo com o mais recente balanço, pelo menos 24 pessoas morreram neste naufrágio e 75 estão desaparecidas.

O Governo de Bissau já decretou dois dias de luto nacional em memória das vítimas.