Líderes europeus vão dormir sobre nova proposta de orçamento

O presidente do Conselho Europeu, Herman van Rompuy, apresentou esta quinta-feira aos líderes dos "27" uma nova proposta para o orçamento comunitário, que reduz o impacto dos cortes nas áreas da coesão e agricultura.

Na reunião, que decorre em Bruxelas, ficou descartada qualquer aprovação ainda esta noite desta nova proposta e discussão ao mais alto nível. Os trabalhos retomam esta sexta-feira, por volta do meio-dia, e, até lá, prosseguirão os contactos ao nível técnico.

Em cima da mesa mantém-se a proposta global do presidente do Conselho Europeu, que aponta para uma redução geral do orçamento da União Europeia. No entanto, para tentar e ao encontro das reivindicações de muitos países, incluindo Portugal, Herman van Rompuy decidiu mexer nas diferentes rubricas que compõe a sua proposta de orçamento, reforçando as verbas da política de coesão e da política agrícola comum.

A política de coesão é uma das prioridades de Portugal. O novo valor que está em cima da mesa aproxima-se de valores anteriormente considerados pelo Governo de Lisboa como razoáveis, mas falta saber e perceber o alcance desta nova proposta, nomeadamente em relação às condições para a aplicação dos fundos no futuro, uma questão considerada essencial para Portugal.

Portugal partiu para a cimeira de Bruxelas considerando "inaceitável" a anterior proposta de Van Rompuy devido aos cortes demasiado "agressivos" precisamente nas áreas da política de coesão e política agrícola comum, sobretudo desenvolvimento rural.

É ainda com esta incerteza em relação aos detalhes da proposta colocada em cima da mesa depois das reuniões bilaterais, realizadas esta quinta-feira, que os líderes dos “27” suspenderam a reunião, na esperança de alcançarem um acordo.

Essa esperança parece bastante remota. À saída da reunião, a chanceler alemã Angela Merkel disse que duvida que seja possível chegar a um entendimento.

Se não for possível um acordo sobre o orçamento da União Europeia nesta cimeira de Bruxelas, as negociações serão retomadas  num próximo Conselho Europeu, que pode ser marcado já para Dezembro ou para o início do ano, mas fica a faltar tempo para fechar todas as negociações, numa altura em que a União Europeia atravessa uma das suas maiores crises.

[notícia actualizada às 00h51]