Emissão Renascença | Ouvir Online

Manifestantes portugueses detidos em Bruxelas

11 out, 2012

Entre os detidos está o antigo deputado do Bloco de Esquerda, José Gusmão.

O antigo deputado do Bloco de Esquerda (BE), José Gusmão, e seis outros cidadãos portugueses foram detidos, esta quinta-feira, em Bruxelas, pela polícia belga, na sequência de uma manifestação. 
 
Em declarações à agência Lusa, o dirigente do BE confirmou a detenção, num estabelecimento prisional nos arredores da capital belga, e indicou que, depois de identificados, os manifestantes detidos foram colocados num autocarro, sem indicação sobre o destino. 
 
"A manifestação ocorreu em frente do edifício onde estava a decorrer o banquete [dos ricos], saiu dali e continuou já em desmobilização por uma avenida (...). Foi já nessa altura que a polícia surgiu à frente e cercou os manifestantes que restavam, que eram muito poucos", relatou. 
 
No jantar dos "Amigos da Europa", ou "banquete dos ricos", segundo os manifestantes, participavam Durão Barroso, presidente da Comissão Europeia, e Mário Monti, primeiro-ministro de Itália, entre outros.  
 
José Gusmão acrescentou que os detidos tentaram ainda perceber junto da polícia "quais as razões" para o procedimento da polícia. 
 
"Não nos foi dito nada, nem para onde estávamos a ser levados. Puseram-nos todos num autocarro. Estivemos aqui [no estabelecimento prisional] algumas horas. Estamos neste momento no autocarro à espera de ir embora e continuo sem saber por que razão fomos trazidos aqui a esta esquadra. Era uma manifestação perfeitamente normal", afirmou. 
 
De acordo com José Gusmão, foram ainda detidos seis outros cidadãos portugueses, entre funcionários do Parlamento Europeu e outros residentes na capital belga. 
 
"É muito surpreendente que a polícia se tenha comportado como se a manifestação fosse um acto criminal. A reacção foi de facto muito despropositada", sublinhou.
 
O dirigente bloquista e outros manifestantes aguardam agora serem levados do estabelecimento prisional pela polícia belga. 
 
"Disseram-nos que não podemos simplesmente sair, que temos que ir no autocarro. Perguntámos para onde vai e disseram-nos que é uma surpresa", relatou.

[notícia actualizada às 22h45]