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Bruxelas quer aumentar nível de literacia nos países membros

06 set, 2012 • Daniel Rosário

Na União Europeia um em cada cinco jovens (20%) dispõe de competências insuficientes no domínio da leitura.

A Comissão Europeia vai apresentar um programa para aumentar o nível de literacia nos países membros, que passa por exigir requisitos de maior qualidade aos professores e aposta em divulgar o gosto pela leitura em espaços diferentes, como os centros comerciais.

Em Portugal, 17% dos jovens, com 15 anos, apresentam dificuldades ao nível da leitura. Uma percentagem elevada, mas ainda assim um pouco abaixo da média da União Europeia, onde 20% dos jovens, ou seja, um em cada cinco, dispõe de competências insuficientes no domínio da leitura.

Os dados estatísticos não são novos, mas representam a base para a apresentação de um programa da Comissão Europeia para aumentar o nível de literacia na Europa.

As recomendações de Bruxelas têm como base o trabalho levado a cabo por um grupo de peritos ao longo do último ano, cujos resultados serão divulgados esta quinta-feira numa conferência que decorre em Nicósia, capital de Chipre.

Em artigos publicados em vários jornais europeus, a comissária europeia responsável pela iniciativa, explicou que este trabalho tem como objectivo fazer propostas, mas também desfazer alguns mitos. Nomeadamente, o de que a iliteracia é um problema que afecta sobretudo as comunidades migrantes ou que a escola é a única responsável pela situação.

Quanto às soluções, Androulla Vassiliou - que na Comissão Europeia tem o pelouro da educação, cultura, multilinguismo e juventude -, destaca a necessidade de criar um ambiente mais favorável à literacia, em que os materiais de leitura têm de estar facilmente acessíveis em casa, nas escolas e fora delas, recorrendo por exemplo, à localização de bibliotecas em ambientes não convencionais, como os centros comerciais.

E numa aérea em que a União tem competências bastante limitadas, é defendida a melhoria do ensino no domínio da literacia e o reforço do apoio à leitura. Uma melhoria de qualidade que, para Bruxelas, começa pela elevação dos requisitos de qualificação aplicáveis a todos os professores, que deve abranger expressamente a literacia.