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Esquerda radical convidada a formar Governo na Grécia

08 mai, 2012

Cenário de confusão resultante das eleições pode levar ao poder a esquerda que contesta as medidas impostas pela “troika”. Novas eleições estão a ser ponderadas.

Esquerda radical convidada a formar Governo na Grécia
A esquerda radical grega vai hoje tentar formar Governo. A Syriza foi a segunda força mais votada nas eleições de domingo e os conservadores da Nova Democracia, que alcançaram a maioria, falharam ontem a tentativa de uma coligação.

As negociações não se adivinham fáceis e o mais provável é que acabem por ser convocadas novas eleições, considera uma jornalista grega da Flash Radio, em declarações à Renascença.

“Não é propriamente o que costumamos chamar de extrema-esquerda. É uma esquerda que olha para o futuro na Europa, mas não quer que a Grécia pague a dívida desta maneira. O objectivo, dizem, é tentar convencer a Europa a que esta dívida seja paga de uma outra forma. Hoje, o líder do partido vai ser convidado a formar Governo, mas não nos parece que consiga, porque os restantes partidos da esquerda não concordam. Provavelmente, iremos outra vez para eleições”, afirma Dimitra Kutchu

A esquerda radical opõe-se às medidas da “troika” e se chegar ao poder pretende renegociar a dívida da Grécia, o que ameaça agravar a instabilidade europeia.

Mas como encaram os gregos encaram a actual situação? Cepticismo e desorientação são as palavras utilizadas por Dmitra Kutchu.

“Já no domingo os eleitores se interrogavam sobre o seu sentido de voto, sobre a melhor mensagem que poderiam enviar para a Europa; interrogavam-se sobre o que iria passar-se no dia seguinte. Agora, que estamos nesta situação, reina o cepticismo. Não sabemos em quem votar na próxima vez. Foi esta a mensagem: ‘queremos continuar na Europa, mas estamos demasiado pressionados’. Não se trata dos salários. O principal problema é o desemprego”, conta a jornalista grega.