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Desemprego vai afectar 200 milhões de pessoas em 2012

30 abr, 2012

Relatório alerta para as baixas perspectivas de emprego, que podem ainda traduzir-se num aumento do risco de convulsões sociais na Europa, Médio Oriente, Norte de África e região subsaariana. Em 2011, foram contabilizados em todo o mundo 196 milhões de desempregados.

Desemprego vai afectar 200 milhões de pessoas em 2012
Cerca de 202 milhões de pessoas vão estar desempregadas este ano em todo o mundo, mais seis milhões do que em 2011, indica um relatório da Organização Internacional do Trabalho (OIT), que é divulgado hoje em Genebra. 

Para o director do instituto internacional de estudos sociais da OIT, as políticas de austeridade em vários países estão a ensombrar as perspectivas de emprego e são “contraproducentes” para o crescimento económico. Raymond Torres fez estas declarações num conferência de imprensa no domingo.

De acordo com os dados da organização, em 2011 foram contabilizados em todo o mundo 196 milhões de desempregados e a perspectiva para este ano é de 202 milhões e em 2013 de 207 milhões, avança a Lusa.

Para a OIT, a criação de 50 milhões de postos de trabalho seria insuficiente para regressar à situação laboral registada antes da crise de 2008. Além disso, é pouco provável que a economia mundial cresça o suficiente nos próximos dois anos para dar resposta aos cerca de 80 milhões de pessoas que, no mesmo período, chegarão ao mercado de trabalho, alerta.

Mercado do trabalho em "ponto morto”
Se a situação na Europa é preocupante, não o é menos no Japão e nos Estados Unidos, onde o mercado de trabalho está “em ponto morto”, descreveu a Organização Internacional do Trabalho.

A falta de condições para aceder ao crédito, especialmente para as pequenas e médias empresas, e as medidas de austeridade postas em prática para “acalmar os mercados financeiros” são algumas das causas do agravamento da situação do mercado de trabalho.

O relatório da organização alerta ainda para as baixas perspectivas de emprego que podem ainda traduzir-se num aumento do risco de convulsões sociais na Europa, Médio-Oriente, Norte de África e região subsaariana.

A organização recomenda à União Europeia que leve o Banco Central Europeu a reconsiderar a sua estratégia e facilite a concessão de crédito para impulsionar o crescimento