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Ex-presidente da Libéria considerado culpado de crimes de guerra

26 abr, 2012

Juízes consideram que Charles Taylor encorajou actos de terrorismo, homicídio, violação, tortura, uso de crianças soldado, escravização e pilagem. É a primeira condenação de um ex-chefe de Estado por um tribunal mundial desde os julgamentos de Nuremberga.

Ex-presidente da Libéria considerado culpado de crimes de guerra
O Tribunal Especial para a Serra Leoa considerou o antigo Presidente da Libéria culpado de crimes cometidos durante a guerra civil na Serra Leoa (1991-2001). Os juizes consideram que Charles Taylor encorajou actos de terrorismo, homicídio, violação, tortura, uso de crianças soldado, escravização e pilagem. É a primeira condenação de um ex-chefe de Estado por um tribunal mundial desde os julgamentos de Nuremberga.
O Tribunal Especial para a Serra Leoa considerou o antigo Presidente da Libéria culpado de crimes cometidos durante a guerra civil na Serra Leoa (1991-2001).

“O tribunal concluiu que o arguido é penalmente responsável de ter ajudado e encorajado a que fossem cometidos 11 crimes  contidos na acusação”, declarou o juiz Richard Lussick durante a audiência pública que decorreu em Haia esta quinta-feira.

Entre os crimes estão actos de terrorismo, homicídio, violação, tortura, uso de crianças soldado, escravização, pilagem e outros actos desumanos. Segundo testemunhos entregues em tribunal, os homens de Taylor, sob o efeito de drogas, terão mutilado pessoas e comido carne humana. Várias mulheres foram feitas escrevas sexuais pelos soldados e menores de 15 anos forçados a combater e a cometer os mesmos crimes sob a pressão dos militares.

A acusação sustentou que Taylor – que foi presidente entre 1997 e 2003 – armou os rebeldes da Frente Unida Revolucionária em troca dos designados "diamantes de sangue" extraídos ilegalmente.

Um porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros britânico adiantou  que Taylor irá cumprir a pena numa prisão do país. “A categoria do estabelecimento prisional onde ficará detido dependerá da severidade da pena”, acrescentou.

É a primeira condenação de um ex-chefe de Estado por um tribunal mundial desde os julgamentos de Nuremberga. A 16 de Maio irá decorrer uma nova audiência, onde o antigo presidente terá 30 minutos para se pronunciar sobre a sua condenação, e a 30 de Maio será anunciada a sentença, às 11h00 (9h00 em Lisboa).