19 abr, 2012 • Carlos Calaveiras
O ministro português dos Negócios Estrangeiros pede uma missão alargada de estabilização das Nações Unidas para resolver a situação na Guiné-Bissau com a participação da CPLP, CEDEAO e da União Africana.
Discursando no conselho de segurança da ONU, Paulo Portas exigiu o restabelecimento da ordem constitucional no país, a libertação dos detidos, incluindo o Presidente interino e do primeiro-ministro Carlos Gomes Júnior, e a conclusão do processo eleitoral que estava a decorrer.
Utilizando palavras duras, Portas condenou veementemente o golpe militar do passado dia 12 de Abril e disse não aceitar “autoridades de transição”. “Ou queremos um Estado constitucional ou um Estado falhado baseado no tráfico de droga”, referiu.
“A culpa da situação é de alguns políticos, que não ganharam nas eleições, e de alguns elementos das forças armadas que ganham muito com o tráfico de droga e armas”, disse o ministro.
Paulo Portas dá ainda conta que a União Europeia está disposta a avançar com um conjunto de sanções contra o país se não for reposta a legalidade e até sanções contra indivíduos responsáveis pelo golpe.
Na sua declaração, em inglês e português, Portas reafirmou que a comunidade internacional está unida e falou a uma só voz condenando o golpe e que foi essa união que evitou assassinatos na Guiné-Bissau.
Lembrou o ministro português que o golpe militar na Guiné-Bissau deve preocupar toda a comunidade internacional, especialmente os vizinhos.
“As ameaças ligadas ao tráfico de armas e droga, o crescimento da Al Qaeda, os problemas internos noutros países da região põem em risco a estabilidade na região e isso é um desafio para todos”, disse.