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Zona Euro

OCDE defende reforço do fundo de resgate do euro

27 mar, 2012 • Daniel Rosário

Organização prevê que nos próximos dois anos a crise possa elevar as necessidades de refinanciamento das economias mais vulneráveis a um valor superior a um bilião de euros.

OCDE defende reforço do fundo de resgate do euro
A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico da Europa (OCDE) defende um reforço substancial do fundo de resgate do euro. O objectivo é dissipar de vez as dúvidas que possam existir nos mercados em relação à determinação da Zona Euro em travar a crise da dívida soberana.

A OCDE apresentou hoje em Bruxelas a sua avaliação económica da Zona Euro e reiterou a sua estimativa de que nos próximos dois anos a crise pode elevar as necessidades de refinanciamento das economias mais vulneráveis a um valor superior a um bilião de euros.

Por isso Angel Gurria, o secretário-geral da organização, defende que o fundo de resgate do euro, cujo reforço será decidido esta semana, seja tão grande quanto possível.

“Sou da opinião de que quando se lida com mercados deve-se disparar por cima. Se os mercados esperam 50, ou pede 70, deve-se dar-lhe 100, para que os mercados não tenham dúvidas de que se tem a capacidade e a determinação”, explica Gurria.

Por isso, adverte o secretário-geral da organização, “disparem por cima, porque não é uma questão de saber quanto se vai prometer, mas de saber se os mercados vão acreditar nisso. Quanto mais forte e maior, mais provável é que os mercados acreditem”.

Na conferência de imprensa estava igualmente presente Olli Rehn, que defende igualmente um reforço substancial do chamado poder de fogo das barreiras de protecção da moeda única. Mas o comissário europeu responsável pelo euro optou por uma postura bem mais prudente.

“Estou confiante que alcançaremos uma decisão convincente sobre o reforço das barreiras financeiras da Zona Euro e chegaremos a um compromisso capaz de construir a confiança, com base nas opções apresentadas pela Comissão Europeia a pedido dos Estados-membros da Zona Euro”, considerou Olli Rehn.

O assunto vai ser discutido e decidido pelos ministros das Finanças da Zona Euro na próxima sexta-feira. Entre as propostas colocadas em cima da mesa pela Comissão, está a fusão dos dois fundos de resgate do euro, o permanente e o temporário, o que permitiria elevar o seu valor para 940 mil milhões de euros.

Mas a Alemanha já fez saber que não aceitará mais do que uma solução temporária que permitirá alavancar o valor do fundo até 700 mil milhões de euros até 2013, devendo o seu montante a partir dessa altura ficar limitado a 500 mil milhões de euros.