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EUA/Rússia

Obama e Medvedev reconhecem diferenças e tensões

26 mar, 2012

Barack Obama está na Coreia do Sul a participar na II Cimeira sobre Segurança Nuclear.

Obama e Medvedev reconhecem diferenças e tensões
O Presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, e o seu homólogo russo, Dmitri Medvedev, reconheceram hoje diferenças e tensões nas relações entre os dois países, sobretudo, no que se refere ao conflito na Síria e ao sistema de defesa anti-míssil.

Obama e Medvedev reuniram-se na capital sul-coreana, Seul, à margem da II Cimeira sobre Segurança Nuclear. Em declarações à imprensa após o encontro, o Presidente norte-americano indicou que os dois países têm ainda "trabalho a fazer" para resolver as suas diferenças.

Já ontem, o chefe de Estado russo, Dimitri Medvedev, tinha afirmado que as propostas de Kofi Annan, enviado especial da ONU para Síria, são "a última oportunidade" para evitar uma "guerra civil prolongada" e que a Rússia fará todo o possível para que sejam aplicadas.

"Esperamos, de verdade, que o seu trabalho [de Annan] seja concluído de maneira positiva para evitar uma guerra prolongada e sangrenta", afirmou Medvedev.

Só no domingo, a violência na Síria tirou a vida a 21 pessoas, dez das quais civis, segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos.


Avisos ao Irão
Barack Obama exortou esta segunda-feira o Irão a resolver, pela via diplomática, a disputa relativa ao seu programa nuclear, mas alertou que o "tempo se está a esgotar".

Num discurso proferido na Universidade de Hankuk, antes do início da cimeira na Coreia do Sul, o Presidente dos Estados Unidos declarou que "é hora de se resolver isto de forma diplomática, mas que o tempo se está a esgotar".

"O Irão deve actuar com a seriedade e o sentido de urgência que este momento exige" e cumprir as suas obrigações internacionais, declarou Obama.


Israelitas defendem ataque ao Irão
Cerca de dois terços dos israelitas judeus defendem um ataque contra o Irão, alegando que isso será menos perigoso do que deixar a República islâmica dotar-se de armas nucleares, revela uma sondagem hoje divulgada.

De acordo com os resultados da pesquisa divulgados pelo diário israelita "Haaretz", cerca de 65% dos inquiridos estão de acordo com o pressuposto de que o preço que Israel teria de pagar para viver com um Irão nuclear é maior do que uma eventual retaliação a um ataque israelita contra as instalações nucleares iranianas.


EUA não têm intenções hostis para com Pyongyang
No que toca à Coreia do Norte, Barack Obama afirmou hoje, em Seul, que os Estados Unidos “não têm intenções hostis”, mas alertou que o regime comunista deve abandonar o seu programa nuclear.
“Quero dirigir-me directamente aos dirigentes de Pyongyang. Os Estados Unidos não têm intenções hostis em relação ao vosso país. Queremos a paz”, garantiu o chefe da Casa Branca na Universidade de Hankuk.

Obama fez referência ao plano norte-coreano de lançamento de um satélite de observação em Abril, garantindo que “não vai haver recompensas para provocações. Esses dias acabaram”.


Terrorismo continua a ser uma das principais ameaças globais
O Presidente dos Estados Unidos afirmou hoje que o terrorismo nuclear continua a ser uma das principais ameaças globais, apelando à necessidade de se proteger os arsenais atómicos do mundo.
No discurso que proferiu na Universidade de Hankuk, em Seul, Barack Obama constatou que, nos últimos dois anos, foram alcançados grandes progressos para dificultar o acesso de terroristas a material para fabrico de armas atómicas.

“Mas não temos ilusões. Sabemos que o material nuclear – suficiente para muitas armas – ainda está a ser armazenado sem protecção adequada”, ressalvou.