Filha de Chavez publica foto com leque de dólares nas redes sociais

A filha mais nova do Presidente venezuelano partilhou uma foto na Internet que está a causar grande polémica. A jovem Rosinés Chavez aparece a tapar metade do rosto com um leque de notas estrangeiras, quando a utilização de moeda externa na Venezuela é bastante limitada.

As críticas à fotografia partilhada na rede Instangram não se fizeram esperar, acusando a jovem de 14 anos de ter acesso facilitado e privilegiado a dinheiro.

“Como se dão conta, a Rosinés Chávez não bloquearam o seu montante de Cadivi”, escreveu um dos utilizadores do Twitter citado pelo diário “El Tiempo”, referindo-se à comissão de administração de dívidas da Venezuela, um órgão regulador ligado ao Ministério das Finanças criado em 2003 e que impõe limites ao uso de moeda estrangeira.

Em 2010, esse limite era de 400 dólares por ano para compras na Internet; um máximo de três mil dólares em gastos de cartão de crédito para quem viajasse para a Europa, África ou Ásia.

A indignação é aumentada face ao discurso fervoroso do pai e Presidente do país, Hugo Chavez, contra o “capitalismo selvagem” e os “ianques” norte-americanos.

Mas esta não é a primeira vez que a filha mais nova de Chavez instiga reacções sociais, dando mostras de ser uma privilegiada no país. Há uns meses, publicou fotografias do seu encontro com o cantor canadiano Justin Bieber, possibilitado pelo seu pai.

A mãe, Marisabel Rodriguéz, já veio defender a filha através de uma mensagem que colocou no Twitter: “O erro não foi tirá-la. Foi partilhá-la num meio onde há pessoas ignorantes que não respeitam os outros”.

A polémica grassa nas redes sociais, mas os jornais venezuelanos quase não falam do assunto. Talvez porque, em 2005, o jornal “TalCual” foi multado em cerca de 20 mil dólares depois de ter publicado um editorial com o título “Querida Rosinés”, do humorista Laureano Márquez Pérez – uma sátira ao facto de o Presidente venezuelano ter alterado a bandeira nacional porque a filha lhe disse que o cavalo que integra o símbolo nacional não deveria estar a olhar para trás.