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Internacionalização do pastel que o Governo quer exportar começou há 30 anos

16 jan, 2012 • Letícia Amorim, em Londres

Empresário português natural da Mealhada vende pastéis de nata em Londres. Carlos Gomes dá emprego a 32 pessoas, incluindo nove pasteleiros portugueses.

Internacionalização do pastel que o Governo quer exportar começou há 30 anos

O ministro da Economia lançou recentemente o apelo à exportação do pastel de nata, mas há quem tenha pensado na ideia muito antes. Já lá vão quase 30 anos desde que Carlos Gomes internacionalizou o pastel de nata. O empresário português garante ter sido o primeiro a abrir uma pastelaria portuguesa em Londres.

Hoje, Carlos Gomes, natural da Mealhada, produz, em solo britânico, quase 10 mil natas por semana, que são vendidas em cinco espaços que abriu no centro da capital britânica.

A empresa do português dá trabalho a 32 pessoas, entre as quais nove “pasteleiros portugueses", porque, diz Carlos Gomes, "as receitas são portuguesas" e "é tudo feito à portuguesa”.

No café de Carlos Gomes, situado em Notting Hill, há bolos de arroz e outras especialidades da pastelaria portuguesa, mas o mais popular - o “rei dos bolos” - é, indiscutivelmente, o pastel de nata. Carlos Gomes garante que “80% dos ingleses que compram bolos compram nata - não compram outro bolo”.

Uma cliente ao balcão confirma a teoria, em declarações à Renascença: “Compro muitas, são deliciosas. É um pequeno mimo para os miúdos".

Sentado à mesa, um grego-cipriota explica que hoje não pediu pastel de nata, mas só para tentar manter a linha: “Pode-se comer uma ou duas por semana, mas não posso comer todos os dias. Tenho de ter cuidado com o peso".

Quanto à sugestão do ministro Álvaro Santos Pereira para a exportação do pastel de nata, Carlos Gomes deixa uma sugestão: “É pena que não haja nada... Não há patentes registadas e era bom que, pelo menos, fosse registado o nome 'pastel de nata português'”.