Florista de Nova Iorque revela troca de cartas com Khadafi
02 nov, 2011
Louis Schlamowitz e o ex-líder líbio corresponderam-se ao longo de vários anos, discutindo política e trocando cartões de Natal. "Achei-o muito simpático por se dar ao trabalho de me responder às cartas, porque eu não sou ninguém de especial", diz o florista.
Ao longo da sua vida, Louis Schlamowitz escreveu cartas a muitas pessoas famosas. Richard Nixon, Harry Truman e Marilyn Monroe estão na lista. Poucos se dignaram a responder, menos ainda a manter ao longo de vários anos uma troca de correspondência que incluiu cartões de natal e discussões de natureza política. Até nisso Khadafi se distinguiu de outros líderes políticos.
Schlamowitz, um judeu florista de 81 anos que vive em Brooklyn, surgiu recentemente como o improvável amigo por correspondência, “pen-pal” em inglês, do ex-ditador da Líbia.
“Era um bom 'pen-pal'. Achei-o muito simpático por se dar ao trabalho de me responder às cartas, porque eu não sou ninguém de especial”, afirmou o florista, em declarações reproduzidas no jornal britânico "Daily Telegraph".
Entre os assuntos discutidos pelos dois inclui-se a política americana e o futuro de Israel. O facto de Schlamowitz ser judeu torna a troca ainda mais curiosa, uma vez que Khadafi conseguiu reduzir a comunidade judaica da Líbia à inexistência durante o seu governo.
Um cartão de Natal assinado pelo punho do ditador, em 2000, agradece a Schlomowitz a sua “amizade ao longo dos anos”.
A troca de cartas, que originou visitas da CIA e da FBI a casa do florista, terminou com a Primavera Árabe, quando as cartas enviadas para Trípoli começaram a ser devolvidas por abrir.
Hoje, Shlamowitz lamenta a morte do seu amigo. “Sinto-me mal pela maneira que ele morreu. Devia ter abandonado o poder como fez o presidente do Egipto.”