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Migrantes fogem de campos. Há mulheres e crianças a pé rumo à Áustria

04 set, 2015

As autoridades húngaras já interceptaram mais de 150 mil refugiados provenientes de países com conflito que, na sua grande maioria, querem seguir para os países mais ricos da Europa.

Migrantes fogem de campos. Há mulheres e crianças a pé rumo à Áustria
No dia em que o Parlamento húngaro aprovou um pacote legislativo com vista ao reforço das fronteiras e controlo dos migrantes, dois campos registaram distúrbios.

Um grupo de 64 pessoas fugiu de um campo de acolhimento perto da cidade de of Bicske. Alguns disseram à polícia que se o comboio não fosse autorizado a partir, que as mulheres e crianças do grupo iriam tentar chegar à Áustria a pé.

Em Budapeste, um fotógrafo da agência Reuters testemunhou que algumas das centenas de refugiados, concentrados na principal estação ferroviária da cidade, iniciaram a viagem a pé com o mesmo destino em mente.

Mais de dois mil migrantes levados para um campo próximo da fronteira com a Sérvia também ameaçaram abandonar, à força, o local, se não foram cumpridas as suas reivindicações. Contudo, 300 pessoas já conseguiram escapar.

Graças às novas regras, que hoje receberam 'luz verde', a polícia nacional passa a ter mais autoridade e quem atravessar ilegalmente a fronteira arrisca uma pena de prisão de até três anos.

As autoridades húngaras já interceptaram este ano mais de 150 mil refugiados provenientes de países com conflito que na sua grande maioria querem seguir para os países mais ricos da Europa.

Um recorde de cerca de 5.600 migrantes entraram na quinta-feira na Macedónia vindos da Grécia, mais de duas vezes o número habitual por dia que oscila entre 2.000 e 3.000 pessoas, informou a ONU.

Geralmente o afluxo de migrantes diminui a partir do mês de Outubro devido ao mau tempo no Mediterrâneo, mas, explicou a porta-voz do Alto-Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), Melissa Fleming, no ano passado os números mantiveram-se elevados apesar das condições.

Perto de 365.000 migrantes e refugiados atravessaram o Mediterrâneo desde Janeiro e mais de 2.700 morreram, de acordo com os dados actualizados pela Organização Internacional para as Migrações. Mais de 245.000 chegaram à Grécia e mais de 116.000 à Itália.