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Passos garante "contribuição activa" de Portugal para ajudar refugiados

04 set, 2015

Primeiro-ministro falava ao lado do seu homólogo britânico. David Cameron foi a Lisboa discutir as reformas que os conservadores britânicos querem fazer ao modelo europeu.

Passos garante "contribuição activa" de Portugal para ajudar refugiados
O primeiro-ministro português garante que Portugal está “disponível para activamente contribuir” para o esforço de ajuda aos refugiados. Numa conferência conjunta com o primeiro-ministro britânico, David Cameron, Pedro Passos Coelho lembrou que, já no passado, o país prestou auxílio a quem precisava. David Cameron está de visita a Portugal para debater a agenda de reformas que os conservadores britânicos pretendem acordar com os parceiros europeus.

O primeiro-ministro português garante que Portugal está “disponível para activamente contribuir” para o esforço de ajuda aos refugiados.

Numa conferência conjunta com o primeiro-ministro britânico, David Cameron, Pedro Passos Coelho lembrou que, já no passado, o país prestou auxílio a quem precisava.

“Fizemo-lo em diversos momentos da nossa história, como quando, no final da II Guerra Mundial, acolhemos milhares de crianças austríacas que necessitavam de recuperar dos traumas da guerra; quando, no final da década de 90, recebemos milhares de refugiados kosovares; ou quando acolhemos cidadãos sírios que ao abrigo da Plataforma Global de Apoio aos Estudantes Sírios frequentam as nossas universidades. Fizemo-lo no passado, fazemos hoje e fá-lo-emos ainda mais para futuro", afirmou.

O primeiro-ministro português defendeu ainda que a União Europeia precisa de fazer mais face a conflitos como os da Síria e do Iraque.

"A União e os seus membros precisam de fazer mais, e urgentemente, para enfrentar as crises externas com que nos deparamos. Os conflitos na Líbia, na Síria, no Iraque, no Iémen ou na Eritreia precisam de um renovado envolvimento político por parte da União e da comunidade internacional, ao mesmo tempo que nos empenhamos de forma vigorosa na ajuda às centenas de milhares de pessoas que chegam à Europa refugiadas destes conflitos", declarou Pedro Passos Coelho, no final do encontro.

Reino Unido vai receber milhares de refugiados
O primeiro-ministro britânico assegurou que o Reino Unido vai receber milhares de refugiados sírios a juntar aos 5 mil que já reinstalou, mas remeteu pormenores para a próxima semana.

Numa declaração sem direito a perguntas, David Cameron frisou que a estratégia do seu Governo vai continuar a ser a de "retirá-los dos campos de refugiados", para "lhes permitir uma rota mais directa e segura para o Reino Unido, em vez de arriscarem na perigosa viagem que tragicamente custou tantas vidas".

Cameron tem sido crescentemente criticado no Reino Unido, incluindo pela ala eurocéptica do seu Partido Conservador, pela falta de iniciativa em face da crise migratória que a Europa atravessa.

O governante está de visita a Portugal para debater a agenda de reformas que os conservadores britânicos pretendem acordar com os parceiros europeus. Cameron, que depois seguirá para Madrid, está a iniciar uma segunda ronda de encontros para procurar apoios para essa sua agenda, que implica alterações aos tratados da União Europeia e inclui o reforço dos poderes dos parlamentos nacionais e a redução da liberdade de circulação de pessoas.

Sobre esta questão, Passos Coelho mostrou-se confiante num acordo que respeite os valores comunitários.

"Precisamos de encontrar soluções consensuais que protejam os valores da União enquanto projecto humanista e de paz e que salvaguardem as liberdades fundamentais, incluindo a circulação de pessoas que são a base da União e das nossas sociedades modernas e abertas. Estou certo que será possível trabalhar em conjunto para, como sempre no passado da União, encontrar as respostas que nos sirvam a todos e protejam quer o estado social britânico, quer os direitos dos milhares de portugueses que, em tempos de dificuldades, encontraram, por exemplo, emprego no Reino Unido e assim contribuem também para o crescimento económico do país", declarou.