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Diferença entre ser migrante ou refugiado vai pesar na Hungria e decidir futuro de milhares

01 set, 2015

Hungria quer devolver os migrantes, alguém que decide sair dos seus países por razões económicas, ao Estado por onde tiveram passagem para conseguir chegar a este país.

Diferença entre ser migrante ou refugiado vai pesar na Hungria e decidir futuro de milhares

A Hungria vai registar cada pessoa que chegue ao território e devolver os migrantes (alguém que decide sair dos seus países por razões económicas) ao Estado por onde tiveram passagem para conseguir chegar a este país.

A medida foi anunciada, esta terça-feira, pelo ministro dos Negócios Estrangeiros húngaro aos jornalistas. "Planeamos registar todos os que peçam asilo, apesar de não sermos o primeiro Estado da sua entrada na Europa", afirmou.

"Se a decisão for afirmativa, o refugiado fica. Mas, se for negativa, não podemos arcar com este fardo. Por isso, eles serão devolvidos ao país de onde vieram”, explicou.

O ministro Peter Szijjarto assumiu que o país, que enfrenta uma vaga de migrantes e refugiados nos últimos meses, não apoia o sistema de distribuição de quotas, considerando que apenas vai encorajar mais pessoas e as redes de tráfico de seres humanos.

A Hungria anunciou no sábado a conclusão da barreira de arame farpado, destinada a impedir a entrada de milhares de migrantes concentrados junto à fronteira com a Sérvia.

Na semana passada, 10 mil pessoas atravessaram esta fronteira e nos últimos dois anos a Hungria tornou-se num dos principais países de trânsito na UE para migrantes que tentam ir para a Áustria ou Alemanha. A maioria é oriunda do Iraque, Afeganistão, Síria e Kosovo. 

Segundo o Alto Comissariado da ONU para os Refugiados (ACNUR), "refugiados" são pessoas que fogem de perseguições ou de conflitos armado. Já "migrantes" são pessoas decidiram sair dos seus países por razões económicas, para arranjarem emprego, estudar ou até juntar-se à família.

O último balanço da Organização Internacional para as Migrações (OIM) revela que mais de 350.000 migrantes atravessaram o Mediterrâneo desde Janeiro e mais de 2.600 morreram no mar quando tentavam chegar à Europa.

A Europa enfrenta um afluxo de pessoas sem precedentes, já qualificado por Bruxelas como a pior crise de refugiados desde a II Guerra Mundial. Os ministros da Administração Interna dos países da União Europeia vão realizar uma reunião a 14 de Setembro em Bruxelas, numa altura em que a Europa tenta encontrar soluções para o agravamento da crise migratória.

A maior parte das pessoas foge de guerras e perseguições, colocando-se à mercê das redes de tráfico numa tentativa de encontrar melhores condições de vida e segurança. Aceitam, por isso, fazer uma perigosa travessia em barcos e condições precárias.