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Venezuela fecha fronteira com a Colômbia

29 ago, 2015

Foi ainda reforçada a presença militar.

A Venezuela "estendeu" de seis para dez os municípios cujas fronteiras com a Colômbia passam a estar encerradas, ao mesmo tempo que reforçou a presença de militares na zona.

O anúncio foi feito pelo Presidente Nicolás Maduro, numa alocução desde o palácio presidencial de Miraflores, transmitida pela televisão estatal venezuelana, durante a qual sublinhou que a medida tem como propósito "limpar a zona de paramilitarismo, de criminalidade, sequestros e narcotráfico".

"Aplica-se um plano especial de encerramento (nos novos municípios) e decidi mobilizar três mil homens das Forças Armadas para procurar paramilitares até debaixo das pedras", disse.

Os novos municípios abrangidos pela medida são Lobatera, Ayacucho, Garcia de Hevia e Panamericano, no Estado venezuelano de Táchira, a sudoeste de Caracas.

Por outro lado acusou o Governo do seu homólogo colombiano, Juan Manuel Santos, de "não fazer nada para capturar os atacantes que atacam em território venezuelano".

A 24 de Agosto, o Governo venezuelano publicou um decreto oficializando o estado de emergência em seis municípios fronteiriços com a Colômbia, justificando a medida com o combate aos grupos paramilitares, ao narcotráfico e ao contrabando.

O decreto presidencial suspende por 60 dias, prorrogáveis, garantias constitucionais nos municípios de Bolívar, Pedro María Ureña, Junín, Capacho Nuevo, Capacho Viejo e Rafael Urdaneta, do Estado de Táchira.

No texto do decreto lê-se que a medida surge devido "à presença de circunstâncias criminosas e violentas vinculadas a fenómenos como grupos paramilitares, o narcotráfico e o contrabando", acções "que rompem o equilíbrio do direito internacional, a convivência pública quotidiana e a paz", provocando "violência contra cidadãos e funcionários venezuelanos no exercício das suas funções públicas".

No passado dia 22, o Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou que ativaria o "estado de exceção" em vários municípios fronteiriços com a Colômbia dois dias depois de a Venezuela anunciar o encerramento, por 72 horas, da fronteira, após disparos feitos por desconhecidos contra três militares venezuelanos que participavam numa operação anti-contrabando de bens de consumo.

Segundo um comunicado enviado à agência Lusa pelo Ministério de Comunicação e Informação da Venezuela, os três militares foram emboscados por "grupos armados" quando se preparavam para capturar contrabandistas que pretendiam entrar com produtos na Colômbia, numa operação anticontrabando realizada no âmbito do programa governamental Operação Libertação e Protecção do Povo, no bairro Simón Bolívar de Táchira.

Durante a emboscada, além dos três militares, ficou ainda ferido um civil.

Desde o encerramento da fronteira, ordenado por Maduro, mais de 1.000 colombianos foram repatriados e outros 4.260 abandonaram a Venezuela voluntariamente.