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Político alemão dá o exemplo e acolhe dois refugiados em sua própria casa

04 ago, 2015

Abrir as portas a alguém ou fazer companhia são pontes que ajudam a dar uma cara aos refugiados, explica o deputado do partido de Angela Merkel.

Político alemão dá o exemplo e acolhe dois refugiados em sua própria casa
Um político conservador alemão, do Partido Democrata Cristão (CDU) de Angela Merkel, decidiu acolher em sua própria casa dois refugiados da Eritreia.

Martin Patzelt, que tem 68 anos, conheceu os dois imigrantes na sua paróquia local, em Briesen, perto de Frankfurt, e quando soube das dificuldades que enfrentavam para se integrarem na sociedade decidiu passar das palavras aos actos e abriu-lhes as portas da sua casa.

Desde essa altura que Haben e Awet, de 19 e 24 anos respectivamente, partilham o andar de cima da casa do deputado, juntamente com um dos seus filhos adultos.

Apesar de Patzelt ser católico, tal como os dois refugiados, confessou em entrevista à BBC que as suas motivações são puramente políticas, uma vez que a hostilidade para com os refugiados apenas se resolve através de contacto directo com a população.

“Apoios, abrir as portas a alguém, fazer companhia, receber alguém – são pequenas pontes que permitem dar aos refugiados uma cara e um nome, para emergirem da massa anónima de pessoas que procuram asilo”, afirmou também a uma televisão alemã.

Mesmo no interior do seu partido, que forma o Governo na Alemanha e enfrenta um grande aumento no número de refugiados que procuram entrar no país, a reacção à decisão de Patzelt não foi unânime. “É um processo”, diz o político, pacientemente.

O deputado admite que recebe cerca de 100 euros por refugiados, por mês, para ajudar a suportar os seus custos, o que ainda assim representa uma poupança de 3.800 euros por mês ao Governo, caso os dois africanos estivessem num centro de acolhimento para refugiados.

Com a ajuda do político conservador, tanto Haben como Awet já conseguiram emprego em empresas locais e estão a aprender alemão.