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Americano que matou o leão Cecil desconhecia que caçada era ilegal

29 jul, 2015

Dentista do Minnesota lamenta a morte do leão simbolo do Zimbabué.

Americano que matou o leão Cecil desconhecia que caçada era ilegal

O norte-americano que admitiu ter morto Cecil, o leão mais famoso do Zimbabué, disse que o fez por estar convencido de que a caçada em que participava era legal e que tinha "todas as licenças" necessárias.

"Que eu saiba, tudo relacionado com a viagem foi legal e gerido de forma adequada", salientou Walter James Palmer, dentista de profissão, num comunicado divulgado esta quarta-feira por vários meios de comunicação norte-americanos.

Palmer, residente no estado norte-americano de Minnesota, sublinhou ainda que "não tinha ideia" da fama de Cecil, e que confiou na "experiência" dos guias profissionais para garantir uma "caçada legal".

"Lamento profundamente que o exercício de uma actividade que amo e pratico de forma responsável e legal tenha levado à morte deste leão", conclui.

Segundo a Força Especial para a Conservação do Zimbabué (ZCTF), Palmer participou no passado dia 6 de Julho numa caçada nocturna no Parque Nacional de Hwange, no oeste do país.

"Palmer disparou contra Cecil com um arco e uma flecha, mas o disparo não o matou", explicou o presidente da ZCTF, Johnny Rodrigues, a órgãos de comunicação locais citados pela EFE.

"Seguiram-no até o voltar a encontrar, 40 horas depois, e abateram-no com uma arma de fogo", acrescenta o conservacionista.

O animal foi depois esfolado e decapitado para obter troféus de caça, e os restos da sua carcaça abandonados no local.

A morte de Cecil provocou uma onda de indignação internacional, e reavivou os apelos para que a caça de leões seja proibida no país africano.

O caçador profissional Theo Bronkhorst, que liderou a caçada, e o agricultor Honesto Ndlovu, dono das terras onde o leão foi abatido, deverão comparecer esta quarta-feira a tribunal na cidade turística de Victoria Falls, acusados de caça furtiva.

Walter James Palmer é agora procurado pela polícia do Zimbabué, mas não se sabe se já terá voltado aos Estados Unidos.