11 jul, 2015 • João Carlos Malta
Momentos antes da entrada para a reunião do Eurogrupo, que decorre este sábado à tarde em Bruxelas, houve tempo para a antevisão do que será a reunião que junta os ministros das Finanças dos vários países da zona euro.
E houve declarações para todos os gostos, mas nenhuma que resuma tão bem o ambiente geral como a de Edward Scicluna, ministro das Finanças de Malta: “Há quem esteja muito céptico e outros que estão menos”.
Wolfgang Schäuble, ministro das Finanças da Alemanha: “Estas vão ser negociações extremamente difíceis. Não estamos dispostos a aceitar cálculos irrealistas(...) Sabemos que um perdão da dívida não é possível, de acordo com os tratados europeus.”
Joroen Dijsselbloem, presidente do Eurogrupo: “Vai ser um encontro bastante difícil. Ainda há algumas questões para resolver no plano das mudanças na fiscalidade e nas reformas.”
“E há a questão da confiança. Poderemos confiar no Governo grego para implementar o que propõe?”
[Como é que podem provar que são de confiança?] Têm de ouvir as instituições e mostrar o seu comprometimento para implementar as propostas.
Christine Lagarde, directora-geral da FMI: “Estamos aqui para fazer muitos mais progressos”.
Michel Sapin, ministro das Finanças de França: “O Governo grego demostrou coragem ao apresentar estas propostas ao Parlamento e as instituições consideram-nas uma boa base de discussão.”
“Temos o direito de falar sobre a dívida”.
Valdis Dombrovskis, comissário europeu para o Euro: “Estamos claramente a fazer progressos. A proposta do Governo grego está muito mais de acordo com que eram as linhas propostas pelas instituições internacionais antes do referendo (…) Há expectativa de que possamos chegar a um acordo, todavia ainda há muitas questões e preocupações a serem discutidas.”
Pierre Moscovici, comissário europeu para os Assuntos Económicos: “Nós dissemos em conjunto que este programa de reformas pode constituir uma base de trabalho para um novo programa de resgate do Mecanismo Europeu de Estabilidade.
Em nome da Comissão, o que vou fazer é uma análise: dos riscos financeiros para a zona euro, da sustentabilidade da dívida grega, e em terceiro, das necessidades, que são muito importantes, para este programa."
Eric Wiebes, ministro das Finanças da Holanda: “Os gregos deram claramente um passo em frente. Mas os credores mantêm uma posição critica, o plano em algumas áreas é mais fraco do que devia ser. A sugestão é de que comecemos as negociações quando estas situações estejam alteradas. Alguns governos, incluindo o meu, estão preocupados com a implementação destas medidas. [E se não houver acordo?] Esse é um problema do governo grego”.
Hans Jorg Schelling, ministro das Finanças da Áustria: [Há progressos?] "Sim e não". Há detalhes que estão em falta. As probabilidades de alcançar um acordo são de 60%”.
Pier Carlo Padoan, ministro das Finanças de Itália: “A ideia é iniciar as negociações tendo por base o Mecanismo Europeu de Estabilidade… Estamos aqui todos de mente aberta. Estamos no início das negociações e não com a ideia de aqui alcançar já um acordo espectacular”.
Peter Kazimi, ministro das Finanças da Eslováquia: “Eu vejo com grandes reservas o problema da sustentabilidade da dívida grega. Vamos ver o que é que as instituições trazem à mesa.”
Michael Noonan, ministro das Finanças da Irlanda: “Tudo é mais difícil de implementar se a maioria estiver diminuída. Enquanto eles tenham maioria creio que eles devem avançar com as reformas ”.
Edward Scicluna, ministro das Finanças de Malta: “Há quem esteja muito céptico e outros que estão menos”.
Luís de Guindos, ministro das Finanças de Espanha: “A credibilidade está a um nível muito baixo, mas eu espero que o ‘Grexit’ não ocorra. A proposta grega prioriza apenas as acções a tomar, e um novo memorando tem de ser preparado se as negociações avançarem”.