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Grécia faz apelo ao Banco Central Europeu

06 jul, 2015

BCE decidiu não aumentar tecto máximo da linha de liquidez de emergência à banca grega.

Grécia faz apelo ao Banco Central Europeu

A situação dos bancos da Grécia tem de ser normalizada imediatamente, disse esta segunda-feira o primeiro-ministro Alexis Tsipras ao presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi.

O controlo de capitais imposto há uma semana tem que ser levantado rapidamente, afirmou Tsipras numa conversa telefónica com Draghi, revelou uma fonte do Governo grego citada pela agência Reuters.

Os bancos gregos estão encerrados desde 29 de Junho. Só é possível levantar 60 euros por dia, através das caixas multibanco.

O controlo de capitais foi imposto na semana passada pelo Governo para tentar travar o colapso do sistema bancário da Grécia.
 
BCE aperta com os bancos gregos
Antes de a conversa entre Tsipras e Draghi ser noticiada, o conselho de governadores do BCE anunciou esta segunda-feira que mantém o tecto máximo da linha de liquidez de emergência (ELA, na sigla em inglês) à banca grega decidido a 26 de Junho, dia do anúncio do referendo grego.

O BCE mantém a fasquia nos 88.600 milhões de euros. Segundo a agência noticiosa espanhola EFE, o Banco da Grécia queria um aumento do tecto da ELA em 3.000 milhões de euros.

Além de manter inalterado o tecto da ELA, o BCE vai ajustar o desconto que é feito ao valor dos activos que os bancos gregos apresentam como garantia, lembrando que esta linha "só pode ser atribuída a troco de colaterais suficientes".

O BCE vinha a aumentar as injeções de liquidez na banca da Grécia através da ELA com alguma periodicidade frequente até ao final de Junho, sempre com o objetivo de manter uma "almofada" de reservas de cerca de 3.000 milhões de euros.

No entanto, aquando do anúncio do referendo, esse tecto não foi alterado, o que levou o Governo grego a acusar o BCE de "chantagem" e a culpá-lo pelo encerramento dos bancos e pela limitação dos levantamentos, que vai continuar pelo menos até quarta-feira.

O programa de provisão urgente de liquidez permite aos bancos gregos financiar-se de forma excepcional a curto prazo através do Banco da Grécia, mas a uma taxa de juro mais elevada do que a actualmente pedida pelo BCE nas operações ordinárias de refinanciamento, de 0,05 %.

Desde que o BCE deixou de aceitar em Fevereiro títulos gregos para as operações de refinanciamento, os bancos gregos praticamente só têm acesso a liquidez através da ELA. Assim, as entidades financeiras helénicas têm sido refinanciadas com este programa de assistência através do Banco da Grécia mas, em troca, têm que apresentar garantias.