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Tsipras. “Não podem ignorar a vontade de um povo”

05 jul, 2015

Primeiro-ministro grego está feliz porque venceu a democracia e espera que agora que a Europa volte a ser solidária. Tsipras defende renegociação da dívida.

Tsipras. “Não podem ignorar a vontade de um povo”
Numa declaração televisiva ao país, Alexis Tsipras defendeu que está na hora de renegociar a dívida da Grécia com os credores internacionais. O "não" venceu o referendo deste domingo na Grécia.

O primeiro-ministro grego diz que este domingo é “um dia de celebração porque a democracia é uma causa para celebrar”. O “não venceu” o referendo.

Alexis Tsipras considera que “o povo grego enviou uma mensagem muito forte, uma mensagem de dignidade, de determinação, uma mensagem que os gregos estão a tomar as rédeas das suas escolhas”.

Num comunicado escrito no site oficial do Executivo helénico, Tsipras deixou um alerta às instituições europeias. “Muitos podem tentar ignorar a vontade de um Governo, mas não podem ignorar a vontade de um povo que está a tentar viver com dignidade”.

“Hoje a democracia derrubou o medo. A determinação do nosso povo derrubou o medo”, acrescentou.

O primeiro-ministro grego confia “que amanhã vamos iniciar um novo caminho para todos os povos da Europa, um caminho que nos faça regressar aos valores fundadores da Europa, como a democracia, a solidariedade e a prosperidade para trabalhar como iguais entre iguais”.

Numa declaração televisiva ao país após a divulgação do comunicado escrito, Alexis Tsipras defendeu que está na hora de renegociar a dívida da Grécia com os credores internacionais.

“Vamos falar sobre a divida é a dívida que vai estar em cima da mesa. Os credores internacionais aceitaram isso e num relatório do FMI falou-se da reestruturação necessária da dívida. A divida tem de ser reestruturada para sairmos da crise”, defendeu o primeiro-ministro grego.

O "não" está à frente do referendo deste domingo na Grécia, numa altura em que estão contados dois terços dos votos. De acordo com os dados avançados pelo Ministério do Interior, o “não” lidera com 61,41% e um total de 2,22 milhões de votos. O “sim” ao acordo com os credores internacionais consegue 38,59% e cerca de um 1,4 milhões de votos.

[notícia actualizada às 21h52]