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Presidente do Conselho Europeu desdramatiza referendo grego

03 jul, 2015

Donald Tusk deixa aberta a porta a uma retoma das negociações com Atenas.

Presidente do Conselho Europeu desdramatiza referendo grego

O presidente do Conselho Europeu defende que a União Europeia deve evitar "mensagens dramáticas" em caso de um “não” grego no referendo de domingo, que não fechará a Atenas as portas nem da zona euro, nem das negociações.

Em entrevista à edição europeia do diário online norte-americano Politico, Donald Tusk admitiu, contudo, que uma vitória do "não" no referendo às propostas dos credores internacionais da Grécia "reduzirá evidentemente a margem de negociação" para a sobrevivência financeira do país.

"Mas queria alertar que não precisamos seguramente de qualquer mensagem dramática após um `não`", afirmou o responsável europeu, deixando aberta a porta a uma retoma das negociações com Atenas.

"O nosso principal objectivo é manter a zona euro unida" e "é muito claro que o referendo não incide (...) sobre a manutenção ou não no Eurogrupo", frisou, acrescentando que "a prioridade é reconstruir a confiança com a Grécia".

Segundo Tusk, uma vitória do `sim` permitira "abrir um novo capítulo nas negociações, talvez mais promissor do que antes".

O presidente do Conselho, que representa os governos dos Estados membros da UE, adopta assim um tom mais conciliador do que o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, que opinou que "a posição grega ficará consideravelmente enfraquecida" em caso da vitória do `não`.

Uma vitória do `não`, defendida pelo Governo grego de esquerda, significa "que a Grécia está a dizer `não` à Europa", observou na segunda-feira Juncker, declarando-se "traído" pela Grécia.

Para Donald Tusk, "esta não é uma história a preto e branco".

"Talvez o maior erro tenha sido esse jogo de se adiar o incumprimento, o jogo político entre os credores e a Grécia. Ninguém aqui é um anjo", comentou.