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Sondagem sobre referendo na Grécia dá empate técnico

03 jul, 2015

Banco central grego garante que tem uma almofada de mil milhões de euros, prevendo que essa verba só será suficiente até segunda-feira.

Sondagem sobre referendo na Grécia dá empate técnico

A dois dias do referendo, a imprensa grega avança uma sondagem que revela um empate técnico. O “não” recolhe 43% dos votos, o “sim” 42,5%. Já os indecisos são 9%. O estudo de opinião é tornado público numa altura em que ainda não é conhecida a decisão do Supremo Tribunal Administrativo sobre a legalidade da consulta popular.

Pela segunda vez, num espaço inferior a 24 horas, o primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, fez nova comunicação ao país, onde renovou o apelo ao voto no “não” ao acordo proposto pelos credores, como forma do povo rejeitar a chantagem e os ultimatos.

Contudo, o primeiro-ministro enfrenta já oposição na coligação que lidera. Dois deputados do partido de extrema direita, Gregos Independentes, contrariaram Alexis Tsipras e desafiaram os helénicos a votar no “sim”.

Os gregos estão ainda sob fortes limitações no que diz respeito às transacções bancárias. A associação de bancos do país assegurou esta sexta-feira que nos cofres helénicos há apenas mil milhões de euros, ou seja, só têm dinheiro suficiente até segunda-feira, altura a partir da qual ficam dependentes de fundos do Banco Central Europeu.

Vozes da Europa
O ministro alemão das finanças, Wolfgang Schäuble, referiu esta sexta-feira que novas conversações com a Grécia sobre a dívida grega depois do referendo vão demorar ainda algum tempo até produzir resultados.

Numa entrevista ao jornal alemão 'Bild', Wolfgang Schäuble disse que essas conversações terão de acontecer "numa base totalmente nova e debaixo de condições económicas ainda mais difíceis".

"Vai demorar algum tempo", disse o governante alemão.

Já o ministro grego das Finanças, Yanis Varoufakis, assegurou esta sexta-feira que um acordo com os credores está "mesmo à mão" e que as negociações com as instituições europeias têm estado a desenrolar-se, apesar da anunciada suspensão das mesmas.

No entanto, estas declarações foram contrariadas pelo presidente do Eurogrupo. Jeroen Dijsselbloem diz que é "completamente falsa" a ideia passada por Varoufakis. "Qualquer político que diga que não [vão ser necessárias medidas difíceis] no caso de um voto 'não' está a fazer o seu povo de parvo", disse esta sexta-feira o também ministro holandês das Finanças depois de uma reunião do governo.