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Líder da oposição diz que Grécia "está a viver os piores momentos da sua História"

01 jul, 2015

Antonis Samaras deixou críticas ao primeiro-ministro Tsipras, que voltou a defender a realização do referendo no domingo.

Líder da oposição diz que Grécia "está a viver os piores momentos da sua História"
EPA/JULIEN WARNAND

O líder da Nova Democracia, maior partido de oposição na Grécia, acusou o primeiro-ministro grego de não ter "coragem de admitir" responsabilidade no encerramento dos bancos e no controlo de capitais que estão a ser aplicados no país.

Numa mensagem televisiva, citada pela agência de notícias espanhola Efe, Antonis Samaras, afirmou que a Grécia "está a viver os piores momentos da sua História" e que vive momentos de grande incerteza.

O líder da Nova Democracia falava minutos depois de o chefe do Governo grego, Alexis Tsipras, se ter dirigido à população também através da televisão, para confirmar o referendo à proposta dos credores do próximo domingo e voltar a pedir um "não" na consulta popular.

O também ex-primeiro-ministro grego acrescentou que por cada dia que os bancos permanecem encerrados o país perde dinheiro e afirmou que esse é "o custo de ter um Governo com opções antieuropeias".

Antonis Samaras considerou que o apelo do voto no "não" leva a um "beco sem saída", que empurra o país para a saída do euro.

Na opinião do líder da oposição, tudo o que a Grécia conseguiu nos últimos anos, aplicando as reformas impostas pelas instituições (Comissão Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional), está agora a evaporar-se.

Samaras classificou ainda de "erro grave" a convocatória do referendo e defendeu o voto no "sim", que, considerou, significa "um passo em direcção à Europa".

Atenas apresentou uma contraproposta aos credores para tentar alcançar um acordo: a carta dirigida por Tsipras aos chefes das três instituições (Comissão Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional) sublinha que a Grécia "está preparada para aceitar o acordo", mas com algumas alterações.

Os ministros das Finanças da Zona Euro (Eurogrupo) concluíram a nova reunião por teleconferência realizada esta quarta-feira à tarde, tendo decidido prosseguir discussões sobre a ajuda à Grécia apenas após a realização do referendo.